Sobre a “Missão Prabhupada Vani” Primeira Parte
Sobre a “Missão Prabhupada Vani” do Rio de Janeiro Brasil. Por Kalki dasa
Glórias a Srila Prabhupada!! Dando uma olhada para o mundo “Vaisnava” atual no qual se encontra imerso numa tempestade de egotismos e rótulos. Nos deparamos com o movimento ISKCON fundado por Srila Prabhupada em 1966, do qual já tem se passado 50 anos. A verdadeira ISKCON original se encontra escondida do alcance de pessoas condicionadas por fama, lucro e prestigio, produto da associação com os modos da natureza material. Embora a mensagem de Srila Prabhupada seja pura como a água cristalina, ainda fica obscurecida por pessoas cegas por poder. Neste caso, após nosso mestre espiritual A. C. Bhaktivedanta Swami entrar em samadhi em 1977, temos sido testemunhas de uma instituição paralela que tem utilizado a imagem de Srila Prabhupada e suas mensagens para estabelecer outros lemas e propósitos, que com o passar do tempo, vão se tornando cada vez mais distantes da pureza do próprio fundador, estabelecendo um reflexo pervertido da ISKCON Original.
Neste ponto, encontramos a sociedade devastada por um sistema de gurus eleitos pelo GBC(Corpo Governamental Comissionado) sendo adorados no mesmo nível que Srila Prabhupada, embora não tenham a mesma bagagem e status de pureza. Ademais, não possuem a devida autorização de Srila Prabhupada para serem elevados na posição de mestres espirituais iniciadores (diksa gurus).
É bom notar que ainda existe um outro fator sombrio que afeta tanto a ISKCON como o corpo de Srila Prabhupada, isto é, o problema das iniciações feitas em nome de Srila Prabhupada utilizando o famoso sistema ritvik.
Neste ponto se encontra a solução do problema para o sistema de gurus eleitos pelo GBC, porém dito sistema ao se tratar de um mecanismo de iniciação formal, que funciona na instituição fundada por Srila Prabhupada, não tem ação e função fora da instituição. Não se pode pegar a carta de Srila Prabhupada e se autoproclamar discípulo de Srila Prabhupada e sair iniciando pessoas por capricho, como tampouco alguém poderia fundar algum espaço sem seguir os princípios básicos da Consciência de Krishna e executar iniciações em nome de Srila Prabhupada para obter seguidores. Um exemplo citado a respeito, é que ninguém pode ser médico ou advogado ou qualquer outra coisa, sem passar pelo teste de um superior. Similarmente ninguém pode ser guru ou ritvik sem passar pelo teste da instituição, visto que o GBC da atual ISKCON (por infortúnio e desobediência a Srila Prabhupada) não está adotando o dito sistema de iniciações ritvik, dessa maneira,fica fora de questão alguém ou um grupo de supostos seguidores de Srila Prabhupada realizar ditas iniciações. Já que a mera formalidade não é o principal ponto no que se refere a receber diksa(iniciação) de um mestre espiritual genuíno, então poderia surgir a pergunta, por que todo este conflito e problemas no que se refere a uma simples formalidade? A resposta é muito simples: controle e gozo dos sentidos.
“Iniciação é uma formalidade. Se você é sério, essa é a verdadeira iniciação. Se você entendeu esta filosofia e se você decidiu que você irá tomar a consciência de Krishna seriamente e pregar a filosofia a outros, essa é a sua iniciação. Meu toque é simplesmente uma formalidade. É a sua determinação. Isso é iniciação."
“Nós estamos recebendo o conhecimento transcendental através da sucessão guru-parampara. Então nós temos que simplesmente aceitar instruções do guru, e se executamos as instruções com nosso coração e alma, isto é sucesso. Isto é prático.” (Srila Prabhupada, Los Angeles, 20 de junho de 1975)
Prabhupāda:"Sim. Esta é a ordem. Guru-mukha-padma-vākya, cittete koriyā aikya **. Agora citta significa consciência ou coração. "Eu devo fazer isto unicamente. Meu Guru Maharaja me falou; vou fazer isto." Cittete koriyā aikya, ār nā koriho mane āśā. Então não é meu orgulho, porém eu posso dizer, pela sua instrução, eu fiz isso. Portanto qualquer sucesso pequeno que você vé em todos meus irmãos espirituais, é devido a isto. Eu não tenho capacidade, porém eu tomei, as palavras de meu guru, como vida e alma. Então isto é fato. Guru-mukha-padma-vākya, cittete koriyā aikya**. Todos devem fazer isso. Porém se ele faz alguma adição, alteração, então ele está acabado. Nenhuma adição, alteração. Você tem que se aproximar do guru-guru significa o servo fiel de Deus, Krishna- e tomar sua palavra para como servi-Lo. Então você é bem sucedido. Se você inventar, "Eu sou mais inteligente que meu guru, e eu posso fazer adição ou alteração," então você esta acabado.” (Srila Prabhupada Leitura, Srimad Bhagavatam 6.1.26-27, Philadelphia, 12 de Julho de 1975.)
Srila Prabhupada... "Similarmente, qualquer mensagem transcendental, qualquer literatura Vedica, a menos que seja apresentada por um devoto auto realizado, é veneno. Você simplesmente compreende tudo mal, e você não toma o benefício. Antes, você se torna uma vítima do mal entendimento." (Leitura do Bhagavad-gita 4.1-2-- Columbus,9 de Maio de 1969.)
Como qualquer pessoa inquisitiva pode saber, se você não tem algo para dar aos outros por mais formalidade, ritos, votos e manipulação que alguém possa fazer, a iniciação em si não acontece.
Neste caso gostaríamos de dar uma olhada no que se refere ao suposto programa que utiliza o nome “Missão Prabhupada Vani” que acontece no Rio de Janeiro, Brasil. Este desvio não só acontece no Brasil, em outras partes do mundo o problema é o mesmo decorrente de pessoas vaidosas que buscam, de forma barata, utilizar a imagem de Srila Prabhupada para agir em seu nome, embora não estejam conscientes do fato de que você não pode dar para os outros o que você não tem.
Srila Prabhupada diz:"A iniciação oficial não faz sentido a menos que ele esteja completamente rendido ao guru não existe questão de iniciação" (Srila Prabhupada leitura, Srimad Bhagavatam 1.2.20. New Vrindavana, 24 de Julho de 1974)
Sobre este princípio e sobre as ordens de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada tomamos este exemplo para que seja recebido por todas as pessoas que estão à procura da verdade, livre da tirania, esta verdade é revelada quando alguém consegue se libertar pelo conhecimento espiritual puro o qual o revela todo. Jñānena tu tad ajñānaṁ/yeṣāṁ nāśitam ātmanaḥ/teṣām āditya-vaj jñānaṁ/prakāśayati tat param “Quando, porém, uma pessoa é iluminada com o conhecimento pelo qual a nescidade é destruída, então seu conhecimento revela tudo, assim como o sol ilumina tudo durante o dia.” (Bagavad Gita. 5.16)
Devotos como cisnes aceitaram os fatos à luz do conhecimento védico e instruções de Srila Prabhupada, devotos como asnos poderão sofrer perturbações na quebra de paradigmas, que apertam seus corações pétreos.
Primeiro ponto nesta questão, é a devida autorização de um representante de Srila Prabhupada.
Srila Prabhupada deixou suas ordens e um corpo de devotos para que seus princípios sobre a consciência de Krishna fossem levados para frente com pureza. Bem como tem deixado seus livros de lei para o movimento ISKCON.
Neste ponto, encontramos na “Missão Prabhupada Vani” que o atual iniciador ritvik(sacerdote que faz uma cerimonia em nome de Srila Prabhupada) tem se auto apontado para exercer tal função sem nenhuma autorização de Srila Prabhupada, sem ter nenhuma avaliação de nenhum devoto ou superior. Também o iniciador tem se colocado na função de siksa guru (mestre espiritual instrutor), fazendo um diferencial entre o resto das pessoas simpatizantes e entre os supostos discípulos internos e externos da “Missão.” Neste ponto, observe que a ideia é sutilmente se auto denominar uma especie de guru encoberto, se utilizando de diferentes conceitos e sistemas que não autorizam alguém para dita função. Para sermos mais claros, se alguém tem interesse em servir a Srila Prabhupada, qualquer pessoa sincera não faz uso de nomes e títulos ou rótulos para tal serviço. Se auto proclamar siksa guru(mestre espiritual instrutor) é o mesmo que dizer ser um diksa guru(mestre espiritual iniciador), como no caso dos gurus eleitos pelo GBC. Neste caso para Sugriva dasa, a ideia de ser um siksa guru não requer nem de votos, nem autorização de nenhum corpo, nem de nenhuma ordem do mestre espiritual, ele mesmo se autoriza a exercer tal posição.
“ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA MISSÃO PRABHUPADA VANI
PRINCÍPIOS REGULADORES
Presidente fundador:Sugriva Dasa (Siksa-guru)” (Regimento Interno)
Note que Srila Prabhupada quando fundou ISKCON, estabeleceu como base de administração a função de um presidente, secretario e tesoureiro, para ditas funções administrativas. Em nenhum lugar existe o conceito de Srila Prabhupada sobre um presidente fundador. É logico, quando alguém se proclama presidente fundador isto significa que a pessoa pode agir como quiser, devido ao fato que na ISKCON original Srila Prabhupada é Fundador Acarya, não pode existir outro fundador, a ideia de Sugriva dasa deixa bem claro que ele está utilizando alguns conceitos de ISKCON para serem adaptados na sua própria associação. Num sentido espiritual surge a pergunta, em que lugar Srila Prabhupada nos autoriza a agir como fundadores de alguma linhagem espiritual quando já esta função foi estabelecida pelo próprio Srila Prabhupada?
Nada contra com o fato de alguém querer fundar sua própria associação, grupo, religião, seita, etc, porém dita pessoa tem que estabelecer os padrões sem utilizar a imagem e as regras ou métodos estabelecidos por outro fundador. Isto é sentido comum.
Além do fato que um simples título, carimbo, auto-apontamento etc, não fazem da pessoa um siksa guru. Siksa é alguém que imparte alguma instrução de acordo com uma autoridade, neste caso as instruções devem estar alinhiadas a guru, sadhu e sastra. Devemos lembrar que Srila Prabhupada define em sua ISKCON original o conceito que todos seus discípulos e seguidores podem ser siksa gurus, sem nenhuma restrição a não ser a estrita aderência da mensagem pura. Nesta atividade, quando se trata de pregar a mensagem da consciência de Krishna, não existe restrição de pessoa, status e até mesmo uma criança pode executar dita função, porém o termo siksa guru quando é aplicado para uma pessoa que representa uma linha de pensamento e entendimento espiritual, dita função não pode ser imitada. No sentido mais amplo a palavra siksa significa o próprio Krishna. (Veja, Caitanya Caritamrita, Adi Lila 1.47).
Na linagem espiritual Vaisnava o título e função requer de autorização e rendição plena ao mestre espiritual e a Krishna. Neste caso se alguém não é um fiel seguidor de Srila Prabhupada sua siksa(instrução) pode ser contraditória e carente de valor. Mesmo que seja um fiel seguidor, sua função como siksa guru é transmitir a mensagem do Bhagavad Gita e o Srimad Bhagavatam sem adulterar nada da mensagem original. Neste exemplo surge a pergunta inevitável, se alguém não obedece as ordens do mestre espiritual, como alguém pode ser siksa guru?
"Todos meus discípulos se espera que se tornem siksa guru sob minha ordem, não por sua própria ordem." (Srila Prabhupada conversa no quarto 30 de Maio de 1976 Honolulu, Hawaii.)
"Você não pode desobedecer o acharya anterior ou guru. Não. Você tem que repetir a mesma coisa. Nenhuma pesquisa. Algumas vezes um malandro vem, que "você está falando a mesma coisa. Por que você não fala alguma coisa nova pelo trabalho de pesquisa?" Dizemos que nós não temos inteligência, nós não podemos fazer nenhuma pesquisa. Nós somos... Guru more mūrkha dekhi koriyā vicāra... Então o guru é um. Guru não pode ser dois. Tão logo você encontrar duas opiniões sobre guru, ambos são malandros, ou ainda um é no mínimo malandro. Não podem existir dois." (Srila Prabhupada leitura, O que é um guru? Londres, 22 de Agosto de 1973)
“Eu sou guru iniciador e vocês devem ser os gurus instrutores, por ensinar o que estou ensinando e fazer o que estou fazendo. Isto não é um título, porém vocês realmente devem vir para esta plataforma. Eu desejo isso.” (Carta, 4 de Agosto de 1975)
“Alguém que pensa em se tornar guru se torna goru (vaca).” (Srila Bhaktisiddhanta Thakura, ensaio)
“Conhecimento deve ser tomado da pessoa perfeita, porque se você toma conhecimento da pessoa que é defeituosa, seu conhecimento não tem valor. Você deve tomar conhecimento do perfeito.” (Leitura, 12 de abril de 1974)
Srila Prabhupada: “Quando meu Guru Maharaja ordenou-me. Isto é guru parampara. Tentei entender. Não vá muito rápido. O guru pode se tornar guru quando ele é ordenado pelo seu guru. Isso é tudo. De outra forma, ninguém pode se tornar guru.” (Conversa gravada em 27 de Outubro de 1975, Nairobi)
“Missão
A Missão Prabhupada Vani tem como função primordial seguir as instruções de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.
Contudo, esta instrução não pode estar engessada em fanatismos ou descontextualizadas de seu uso original; há que se observar “kala, desa, patra”–tempo, local e circunstância -, ou ainda, reproduzir falas de Srila Prabhupada que não estejam registradas. Notadamente as instruções de Srila Prabhupada encontrarão respaldo e confirmação nas escrituras védicas e nos documentos públicos deixados pela Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.” (Regimento Interno)
Neste segmento o conceito de tempo, lugar e circunstâncias não da margem nenhuma para alguém se auto apontar guru, representante ritvik ou seja o que for na sociedade fundada por Srila Prabhupada. Como vemos na definição de “missão” do documento da “Missão Prabhupada Vani” eles afirmam “A Missão Prabhupada Vani tem como função primordial seguir as instruções de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada. Porém nós vemos que o próprio presidente fundador não está seguindo Srila Prabhupada. Como documentado acima.
Devemos lembrar que a carta do 9 de julho de 1977, como documentado em ISKCON e no documento (Regimento Interno), não autoriza alguém de fora da ISKCON a utilizar dita carta, visto que este sistema depende de um GBC eleito pelos presidentes de templos para nomear os ritviks representantes de Srila Prabhupada. A ideia de auto se denominar representante de Srila Prabhupada para dar iniciações em seu nome é a mesma ideia falsa do sistema de gurus por votos do GBC. Ambos carecem da autorização de Srila Prabhupada. Embora alguém possa argumentar que não existe mal nenhum em dar iniciação em nome de Srila Prabhupada o problema se manifesta quando não se esta seguindo Srila Prabhupada fielmente ou se está dando iniciações por conveniência ou por arranjos de amizade etc. Neste caso podemos ver que com o decorrer do tempo a maioria das iniciações feitas por Sugriva dasa ou outros devotos não autorizados, não outorgam nenhum resultado, visto que ninguém pode enganar Srila Prabhupada. E como temos falado, alguém seja quem for não pode dar aquilo que não tem.
“Yare dekha, tare kaha, Krishna upadesa. Você não tem que fabricar nada. O que Krishna já disse, você repete. Concluído. Não faça disso, adulteração, então você se torna guru [...] Eu posso ser bobo, malandro […] por isso temos de seguir este caminho, que você se torna guru, liberte os homens de sua vizinhança, os associados, mas fale as palavras autorizadas de Krishna, então ele irá agir [...] todos podem fazer. Uma criança pode fazer."(Srila Prabhupada Morning Walk May 11th 1977)
Prabhupada: “Porque isto que é ofensa. Guror avajna. Primeira ofensa é guror avajna, desafiando a autoridade do guru. Esta é a primeira ofensa. Assim, aquele que é ofensivo, como ele pode fazer avanço em cantar? Ele não pode fazer. Então está tudo acabado no começo. Guror avajna. Tudo está lá. Se alguém está desobedecendo o mestre espiritual, ele não pode permanecer no estado puro da vida. Ele não pode ser siksa-guru ou qualquer outra coisa. Ele é acabado imediatamente.” (Srila Prabhupada palestra Bhagavad-gītā 17.1-3 Honolulu, July 4, 1974)
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