"NÃO ME DESONREM" COMO A AMBIÇÃO PESSOAL DOS "CHEFÕES" ARRUINOU TUDO
CAPÍTULO
DOIS
"NÃO
ME DESONREM"
COMO A AMBIÇÃO
PESSOAL DOS "CHEFÕES" ARRUINOU TUDO
"Este
Bon Maharaja, talvez vocês não saibam, foi rejeitado por Guru
Maharaja. Assim, eu não posso recomendá-lo como siksa-guru. Eu
penso que ele não tem um verdadeiro atributo espiritual. Para avanço
na vida espiritual nós devemos ir a alguém que de fato está
praticando vida espiritual, não a algum líder de uma instituição
mundana, não a alguém que ofendeu o seu mestre espiritual de tantas
formas. Eu não quero entrar em detalhes aqui, mas eu devo informar
vocês que este Bon Maharaja pode ser considerado uma cobra negra, e
no momento de seu desaparecimento, meu Guru Maharaja não queria nem
que ele estivesse em sua presença devido ao mau caráter deste Bon
Maharaja." (carta a Hrsikesa, 31/01/69)
Nota:
Aqui Prabhupada está condenando Bon Maharaja por ter ofendido seu
próprio Guru Maharaja há uns 40 anos antes. Uma ofensa séria ao
próprio guru não está sujeita ao fator do tempo. Este é um ponto
muito importante. Os novos “gurus” da ISKCON atualmente acham que
o carimbo de aprovação de Sridhara Maharaja (a quem eles também
rejeitaram mais tarde) os torna fidedignos, e portanto acima de
crítica. Porém aqui nós vemos que uma ofensa séria ao mestre
espiritual pode levar tal desafortunada pessoa a ser totalmente
rejeitada pelo mestre espiritual. Bon Maharaja escreveu no prefácio
de sua própria tradução e comentário sobre o Bhakti
Rasamrta Sindhu que
ele era muito, muito querido a Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati
Goswami. O verdadeiro fato é declarado acima por Srila Prabhupada.
Após ler este livro, qualquer discípulo sincero de Srila Prabhupada
deve claramente reconhecer que os líderes da ISKCON cometeram uma
grande ofensa contra Srila Prabhupada e suas evidentes instruções.
Nós devemos manter em mente esta citação sobre Bon Maharaja. Ele
continua a pregar, ele continua a fazer discípulos, ele continua a
se associar com outros Gaudiya Vaishnavas, ele continua a traduzir
sastra, e ele continua a pensar que ele era muito, muito querido e
especial para o seu guru. Porém, mesmo em 1969 Srila Prabhupada
estava dizendo que Bon Maharaja deve ser considerado uma cobra negra
por haver cometido uma séria ofensa contra o seu guru.
"Nós
sacrificamos nossa vida para o serviço a Krishna, onde está a
oportunidade para dormir e fofocar? Vocês podem ver no meu exemplo,
nem sequer um momento é desperdiçado. Ociosidade é a ocupação
dos karmis. Eles podem ser vistos nos parques fofocando: “Meu genro
disse isso”, “Este cara me enganou”. Porém, não há
oportunidade para serviço devocional, assim sua sugestão foi bem
feita. (...)A instalação de comunicação via telex para os nossos
principais templos não é necessária. Eles iriam fofocar mais
através de telex. " (carta a Gurudasa, 05/02/77)
Note:
Quando Prabhupada diz “eles” ele está se referindo aos
“líderes”, a maioria dos quais ainda são considerados “líderes”
ou mesmo “gurus”
"Antes
de vir ao seu país, eu tomei sannyasa em 1959. Eu estava publicando
‘De Volta ao Supremo’ desde 1944. Depois de aceitar sannyasa eu
estava mais ocupado em escrever meus livros sem tentar construir
templos ou fazer discípulos como meus irmãos espirituais na Índia.
Eu não estava muito interessado nestes assuntos porque meu Guru
Maharaja gostava muito mais de publicar livros do que construir
grandes templos e criar alguns discípulos neófitos. Tão logo ele
viu que seus discípulos neófitos estavam aumentando em número, ele
imediatamente decidiu abandonar este mundo. Aceitar discípulos quer
dizer aceitar a responsabilidade de absorver a reação pecaminosa da
vida do discípulo. No presente momento, política e diplomacia
entraram na nossa ISKCON. Alguns de meus amados estudantes a quem eu
estimo muito têm se envolvido neste tipo de atividade, a qual eu
considero desrespeitosa. Assim, eu decidi me aposentar e dirigir
minha atenção a escrever livros e nada mais. Por favor me deixem
saber o quanto vocês podem me ajudar neste respeito e quais são os
manuscritos prontos para imprimir. Eu acho que agora eu irei parar
com todas as outras atividades, exceto a publicação de meus
livros." (carta a Satsvarupa, 27/07/70)
Nota:
Esta é uma das cartas mais pesadas que Prabhupada já escreveu. Nós
gostaríamos de discutir brevemente quatro pontos aqui.
1)
Ao
analisarmos minuciosamente as cartas de Prabhupada, fica claro que a
partir deste ponto a sua principal preocupação era escrever
livros. Ele indica, mais ou menos, que os discípulos neófitos
estavam aumentando. Assim, seu entusiasmo em participar nos aspectos
práticos da ISKCON estava afrouxando. Os líderes estavam
manifestando ambição neófita. Há um espírito de futilidade nesta
carta. Ele pôde ver que eles iriam fazer do jeito deles. Assim, ele
estava solicitando que eles pelo menos lhe dessem facilidades para
traduzir;
2)
Nesta carta, Srila Prabhupada diretamente afirma que a mensagem que
ele está transmitindo é muito mais importante do que fazer tantos
templos e tantos devotos que não sejam capazes de atingir a média.
Em outras palavras, a pureza da doutrina da consciência de Krishna
era mais importante para Srila Prabhupada do que todos os resultados
externos. Isto de forma alguma é o que a ISKCON tem enfatizado nos
últimos anos.
3)
Srila
Prabhupada usa os termos “política e diplomacia”. Isto
diretamente se refere aos líderes do movimento. Esta não é a única
carta que explicitamente revela a existência desta terrível
enfermidade. Nós em seguida veremos que Srila Prabhupada até mesmo
dissolveu o GBC por algum tempo devido a esta contaminação. Porém,
o que não é tão conhecido é o fato de que Srila Prabhupada uma
vez, em completo desgosto com a política e ambição pessoais,
diretamente disse aos membros do GBC que eles poderiam assumir todo o
movimento, e ele apenas iria seguir seu próprio caminho. Eles
suplicaram que ele não fizesse isto, mas ainda assim não foram
sinceros o suficiente para acabar com a ambição pessoal, diplomacia
e política.
4)
Srila Prabhupada estava contando com os líderes para administrar
apropriadamente a sua Sociedade. Porém eles o traíram. Por isso,
esta carta indica que Srila Prabhupada havia quase perdido toda a fé
que os “líderes” seriam sinceros o suficiente para renunciar ao
pecado original, a tendência de trair a confiança estendida pelo
Senhor Supremo através de Seu mais querido servo. Apesar de tantas
cartas pesadas como esta, Prabhupada nunca foi de fato aliviado das
responsabilidades administrativas. Ele tinha que tolerar inúmeras
ofensas cometidas pelos seus “líderes” apenas para manter tudo
em andamento até que ele acabasse seus livros. Porém agora, alguns
destes mesmos líderes afirmam ser tão avançados que eles não
necessitam ler mais os livros de Srila Prabhupada. Em um certo ponto,
Tamal Krishna exigiu que os significados de Srila Prabhupada não
fossem lidos durante suas aulas – que apenas o seu comentário era
suficiente.
"No
que diz respeito ao efeito venenoso em nossa Sociedade, é um fato, e
eu sei de onde esta árvore venenosa proveio e como afetou
praticamente toda a Sociedade de uma forma muito perigosa. Mas não
importa. Deram veneno a Prahlada Maharaja, mas não funcionou.
Similarmente, deram veneno ao Senhor Krishna e aos Pandavas e não
funcionou. Eu penso que, no mesmo sistema de parampara, o veneno dado
a nossa Sociedade não irá funcionar se nossos estudantes foram tão
bons quanto Prahlada Maharaja. Por isso, eu dei o poder
administrativo ao GBC.(...) Você também é um dos membros do GBC,
então você pode pensar profundamente como salvar a situação.
Contudo, é um fato que o grande movimento sinistro está dentro de
nossa Sociedade. Eu não tenho ouvido nada de Krishna dasa ou
Syamasundara,
assim todos vocês podem tentar salvar a Sociedade desta posição
perigosa." (carta a Hamsaduta, 02/09/70)
Nota:
Prabhupada naturalmente é tão bom quanto Prahlada Maharaja, mas já
que ele havia dado o movimento para o GBC, ele está dizendo aqui que
eles terão que se tornar tão bons quanto Prahlada se eles quiserem
salvar o movimento da inevitável destruição. Ele estava preparado
para lavar suas mãos de tudo. Este mesmo movimento sinistro ainda
está lá, mas não está mais dentro da Sociedade – ele tornou-se
a Sociedade, e todos os demais saíram correndo para salvar suas
vidas. Naturalmente, cada um apontará o dedo aos demais como sendo
os demônios referidos aqui, mas com um pouco de bom senso, qualquer
um pode ver quem são de fato os agentes deste “grande movimento
sinistro”.
"Claro,
pela misericórdia de Krishna, a classe de pessoas mais educadas está
apreciando os nossos livros. Esta é a única esperança para irmos
em frente. Porém, eu estou muito triste com os recentes incidentes
na Alemanha. Agora está evidente que algum de nossos líderes são
muito ambiciosos e tantas quedas têm acontecido. " (carta a
Bhagavan, 27/01/75)
Nota:
Observem nesta carta que são os líderes que são os mais
ambiciosos. Observe também que a última esperança resta na classe
de pessoas mais educada, e não nos assim chamados líderes.
"Você
escreveu: “A BBT é capaz de acompanhar o passo de Prabhupada desta
vez e nós humildemente pedimos a todos os devotos que respeitem o
desejo de Prabhupada para realizar o seu sonho de publicar e
distribuir milhares e milhões de volumes do Srimad Bhagavatam em
doze cantos no mundo todo sem perturbá-lo neste momento com
problemas e decisões que podem ser tomadas pelos seus representantes
diretos, os membros do GBC.” Sim, isto é necessário. Eu quero
aumentar meu trabalho. Brahmananda Swami e Gopala Krishna estavam
sugerindo que eu vá a algum outro lugar na Índia, mas se Tamal
Krishna voa seis mil quilômetros para fazer reclamação sobre
Jayatirtha, o que eu posso fazer? Se todos vocês líderes não podem
trabalhar juntos, então como vocês podem esperar que outros
cooperem com vocês? Pode haver diferenças, mas ainda assim, vocês
têm que cooperar juntos, senão onde está a chance de que eu seja
aliviado de tantos problemas e decisões?" (carta a
Ramesvara,15/09/75)
Nota:
Aqui Ramesvara está referindo a si mesmo como um “representante
direto” de Prabhupada, enquanto que Prabhupada está indicando que
tal “representante direto” é parte e parcela de um grupo de
muitos outros “representantes diretos”, que simplesmente se
ocupam em bater boca e brigar. O efeito colateral disso é que Srila
Prabhupada dificilmente pode ser deixado em paz para se concentrar
nas traduções. No Caitanya-caritamrta, Madhya-lila, capítulos 1 e
7, Prabhupada adverte seus discípulos a não ficarem deprimidos por
causa destes “representantes diretos”, mas diretamente se
refugiarem em seus livros. Em outro lugar, Prabhupada diz: “Os
devotos devem ler todos os meus livros, incluindo o
Caitanya-caritamrta, senão eles irão simplesmente comer e dormir, e
assim, eventualmente irão cair.” Apenas então os devotos não
ficarão perplexos ao ver tanta hipocrisia na ISKCON. Nós temos
experiência pessoal deste fato. Nós fomos muito mal tratados em
muitas ocasiões por alguns “líderes”, mas nós nunca ficamos
contra Prabhupada porque nós lemos todo o Caitanya-caritamrta. Por
isso, nós sempre entendemos que os “líderes” foram simplesmente
engajados de acordo com suas propensões materiais de forma que
satisfizessem os seus egos e os mantivesse longe de confusão. Como
Prabhupada disse uma vez: "Eu criei estes grandes postos para
aqueles que têm grandes egos."
"Agora
este desgosto entre irmãos espirituais já começou e agita muito a
minha mente. Nosso pessoal da Gaudiya Matha brigou um contra o outro
após o desaparecimento de Guru Maharaja, mas meus discípulos já
começaram a brigar mesmo na minha presença. Assim, eu estou muito
preocupado com isto. 'Trnad api sunicena...'
(...) Por favor, tentem manter a filosofia da unidade na diversidade.
Isso fará o nosso movimento bem sucedido. Um grupo de pessoas já
foi embora, por isso, nós devemos ser muito cuidadosos para manter a
unidade na diversidade, lembrando da estória nas Fábulas de Esopo
sobre o pai de muitos filhos com uma pilha de gravetos. Quando o pai
pediu que seus filhos quebrassem a pilha de gravetos embalada em uma
sacola, nenhum deles foi capaz. Porém, quando eles removeram os
gravetos da sacola e tentaram um por um, os gravetos foram facilmente
quebrados. Então esta é a força da unidade. Se nós nos agrupamos,
nós não podemos ser quebrados, mas quando divididos, nós podemos
ser quebrados muito facilmente."
(carta a Kirtanananda, 18/10/73)
Nota:
Um ponto importante nesta carta é que para espalhar este movimento
pelo mundo todo é preciso “unidade na diversidade”. Muitos
discípulos estão sob a impressão de que eles podem ir embora
sozinhos e começar um movimento novo e puro assim como Prabhupada
fez. Todavia, até agora absolutamente nada substancial foi alcançado
por nenhum grupo, incluindo a “ISKCON”. Isto é porque nós não
temos a potência de Srila Prabhupada, e nós precisamos atingir este
objetivo trabalhando cooperativamente com os livros de Prabhupada
para nos guiar. Isto não significa que nós temos que nos agrupar em
um limitado número de templos. Significa que nós temos que manter o
núcleo da Sociedade puro e que as diversas filiais devem apoiar umas
às outras com vários instrumentos de pregação como livros,
máquinas de escrever, impressoras, vídeos, show de slides, show de
marionetes, grupos de teatro, etc. Cada discípulo ou grupo de
discípulos pode ter sua própria especialidade, mas deve haver um
núcleo puro e centralizado para ajudar a fazer com que todas as
facilidades para pregação e conhecimento estejam disponíveis a
todos, sem exploração. No presente, os membros do GBC, que
supostamente devem representar a cabeça ou o cérebro do corpo, são
os piores exploradores de todos. Por isso o corpo está em caos.
Já
que esta carta foi escrita para Kirtanananda Swami, nós iremos usar
New Vrindavana como um exemplo prático para ilustrar este espírito
não-cooperativo. Eles têm milhares de moldes para fazer belas
estruturas de templos, porém ninguém mais pode utilizá-las. Em vez
disso, elas estão paradas estragando. Uma das razões para isto, é
a beligerância dos líderes em New Vrindavan. Se de alguma forma ou
de outra os templos conseguem comprar alguma coisa de New Vrindavan,
eles são passados para trás. Nós temos experiência pessoal deste
fato, já que nós trabalhamos naquela oficina de moldes por quase um
ano. Um item que poderia ser oferecido por um custo de 150 dólares
era vendido por New Vrindavana para outros templos por 1.000 dólares.
Publicação de livros é outro exemplo desta falta de cooperação.
Os líderes competem uns com os outros, então cada zona tem que
estabelecer sua própria sede de publicação. Isto quer dizer que
eles não podem aceitar o princípio de unidade na diversidade.
"Caso
você não goste deste arranjo, então você pode manter o templo
como sua propriedade particular, e como meu discípulo, eu o guiarei,
mas você não pode usar o nome da ISKCON para coletar fundos ou
obter empréstimos. Neste respeito, até que este assunto esteja
resolvido, nenhum empréstimo deve ser obtido do banco ou de qualquer
outro lugar, e todas as coletas no nome da ISKCON devem parar. Se
você deseja manter o templo como propriedade particular, então
Upendra dasa pode retornar ao Havaí, e a ISKCON em Fiji pode ser
dissolvida. Se você quiser considerar este projeto como um projeto
da ISKCON, então você tem que obedecer as ordens e instruções do
GBC, o que você não gosta de fazer. Agora o que quer que você
prefira, deixe-me saber.” (carta a Vasudeva, 29/07/76)
Nota:
Srila Prabhupada nunca esteve iludido sobre o caráter dos membros do
GBC. Por muitos anos eles estavam causando mais problema do que
alívio para ele. As razões pelas quais Srila Prabhupada não os
dispensou permanentemente não são difíceis de entender. Ele não
podia possivelmente lidar com cada templo individualmente. Ele era
apenas uma pessoa. Assim, ele teve que criar um tipo de corpo
governamental. O fato que a maioria deles eram neófitos e
pessoalmente motivados não fez com que ele parasse de encorajá-los
a avançar. Ao mesmo tempo, ele não esperava que seus outros
discípulos tivessem que sofrer por causa de tais neófitos e por
isso, ele escreveu muitas cartas como a de cima. As atividades de um
devoto puro são impossíveis de serem completamente compreendidas,
mas apenas até certo ponto. Por isso ele está dizendo que Vasudeva
tem suas bênçãos para manter o templo como privado e ainda
permanecer um discípulo fidedigno. Desta forma, ele não está
minimizando o GBC, a quem ele queria encorajar, e ao mesmo tempo está
dizendo a Vasudeva que ele não precisa obedecer ao GBC para ser um
discípulo fidedigno. Esta é uma carta muito importante para todos
os discípulos que passaram por uma lavagem cerebral para pensar que
Prabhupada é acessível somente aos devotos que se rendem ao GBC.
Também
importante nesta carta é o fato de que os projetos da ISKCON não
são propriedades de indivíduos a menos que eles desenvolvam o
projeto independentemente, da forma como Prabhupada está
recomendando a Vasudeva aqui. Isso significa que eles não usam o
nome de Prabhupada para coletar fundos, nem tampouco usam os
discípulos de Prabhupada. Se alguém desenvolver uma comunidade
desta forma, então eles podem considerá-la seu próprio templo
independente e não precisam obedecer às ordens do GBC. Certas
pessoas, como Kirtanananda por exemplo, acham que eles não precisam
obedecer às ordens do GBC, mas esta carta não substancia a sua
reivindicação. Kirtanananda era simplesmente outro trabalhador que
ajudou a construir New Vrindavana. Os discípulos de Prabhupada e o
nome de Prabhupada foram ambos utilizados para construir o lugar,
assim New Vrindavana está completamente sob a direção do GBC. Da
mesma forma, ninguém pode pensar que qualquer projeto da ISKCON
pertence a algum indivíduo. Se um templo se torna um projeto
pessoal, ele não representa a ISKCON. Srila Prabhupada é o fundador
acarya da ISKCON e apenas ele deve ser adorado em qualquer templo da
ISKCON.
Se alguém quer ser
adorado em um templo, ele terá que construir seu próprio templo
assim como Vasudeva está sendo encorajado a fazer nesta carta.
Há
uma classe de tolos em quase todos estes projetos da ISKCON hoje que
pensa que os projetos pertencem a tais e tais “gurus”. Porém,
para esses tolos que acham que a inspiração por trás de qualquer
projeto da ISKCON vem de uma dessas pessoas, e não de Srila
Prabhupada, está mais do que na hora de acordar. É apenas a pureza
de Prabhupada que inspirou cada um a fazer algo, embora algumas
pessoas tenham tentado seu melhor para lucrar com o legado e as
propriedades de Prabhupada. Todos os líderes da ISKCON seriam apenas
instrumentos para satisfazer o desejo de Krishna através de Srila
Prabhupada. Se um ou mais instrumentos estragam no processo, então
eles simplesmente devem ser limpos ou descartados.
"...
e a minha resposta é que este sankirtana, ou canto nas ruas deve
continuar, é o nosso programa mais importante. O movimento do Senhor
Caitanya quer dizer o movimento de sankirtana. (...) Agora vocês são
meus discípulos mais velhos e ambos são sannyasis avançados na
consciência de Krishna, assim estas questões não deveriam surgir
entre vocês de novo e de novo. Isso significa que todos não são
conscienciosos. Estas coisas não são novas pra vocês. Por que
vocês continuamente fazem as mesmas perguntas? A autoridade do GBC
deve ser aceita sob todas as circunstâncias, e não que deve haver
brigas entre vocês. Este espírito de luta irá destruir tudo, mas o
que eu posso fazer? Vocês americanos e europeus são treinados com
esta atitude de luta. Agora coloquem isso de lado e simplesmente
trabalhem cooperativamente para propagar este movimento pelo mundo
todo. Eu já dei os padrões para vocês, agora tentem mantê-los o
tempo todo sob o procedimento padrão. Não tentem inovar, criar ou
inventar nada. Isso irá arruinar tudo. Simplesmente façam como eu
estou fazendo e sejam sempre sérios e sinceros para servir a
Krishna, e Ele os dará inteligência para fazer tudo." (carta a
Bali Mardan e Pusta Krishna, 18/09/72)
Nota:
Notem que nesta carta Srila Prabhupada definitivamente afirma que a
ISKCON e tudo mais conectado à ISKCON pode ser arruinado.
No
que diz respeito ao uso da língua inglesa por Prabhupada, esta carta
é muito pesada, mas exceto por nós, parece que ela não foi pesada
o suficiente, já que parece que ninguém a entendeu muito bem. O
humor nesta carta aplica-se praticamente a todos os líderes. Eles
frequentemente citam a parte sobre aceitar a autoridade do GBC, mas
eles nunca citam a parte sobre manter estritamente o padrão que
Prabhupada estabeleceu.
Prabhupada
também está dizendo para não inventarmos nada. Em outras palavras,
nós não somos qualificados para ajustar os itens devocionais de
acordo com tempo e circunstância, pelo menos até que paremos de
brigar uns com os outros. Os novos "gurus” da ISKCON não
estão mudando o método de adoração do guru. Eles gostam muito
desse padrão e o mantém ao pé da letra. Contudo, o problema é que
nenhum deles tem as qualificações de Prabhupada. Em outras
palavras, eles aceitam a parte que eles gostam – lucro, adoração
e distinção – e rejeitam a parte que eles não gostam – uma
vida de austeridade e purificação. Neste respeito, Prabhupada faz
esta analogia:
“Um fazendeiro pode pensar: 'a parte da frente da galinha é muito dispendiosa, pois eu tenho que alimentá-la. Melhor cortá-la fora.’ Similarmente, se nós rejeitamos a parte mais difícil das escrituras e obedecemos a parte que gostamos, tal interpretação não irá nos ajudar. Nós temos que aceitar todas as injunções nas escrituras como elas são, e não apenas àquelas que nos convém.”(Ciência da auto realização, cap.4)
"Agora
eu estou de volta, assim deixe-me ficar na Índia. Eu permanecerei em
Bombaim, Vrindavana e Mayapur. Assim como você desejou, agora
deixe-me fazer isso, sentar e me concentrar em traduzir. Porém, se
você me perturbar, então minha mente será perturbada. Eu desejo
que o que eu estabeleci prossiga bem, mas eu vejo que alguns dos
devotos estão revivendo suas velhas ‘boas’ qualidades. Essa é a
dificuldade. Se os velhos hábitos voltam, então tudo está acabado.
Se minha mente fica perturbada desta forma, então como eu posso me
concentrar em escrever livros? Isto não é possível. Melhor não me
informar nada, apenas me deixe sentar em Vrindavana." (carta a
Hrdayananda, 13/11/75)
Nota:
Prabhupada aqui está praticamente implorando a Hrdayananda que
apenas o deixe sozinho para escrever seus livros, mas Hrdayananda e o
GBC se recusaram. Eles continuaram a agir com sua mesquinha inveja
até Srila Prabhupada partir deste mundo. E, não é preciso dizer,
as velhas ‘boas’ qualidades voltaram.
O
último desejo de Prabhupada era ver TODOS os seus discípulos. Isto
iria dar a cada um a última chance de oferecer seu agradecimento de
coração a Prabhupada pelas bênçãos que ele deu a nós. Tamal
informou a Giriraja, e a mensagem foi transmitida a Satsvarupa e
Ramesvara em Los Angeles. Porém, estes dois decidiram que eles
sabiam mais do que Srila Prabhupada. Então, eles bloquearam a
instrução com a desculpa de que isso seria muito dispendioso logo
antes do pico do Dia de Ação de Graças e do Natal. Assim, embora
Srila Prabhupada desejasse ver seus verdadeiros discípulos, eles
nunca vieram a saber graças a estes “representantes diretos”.
Nós testemunhamos com vários devotos que eles tinham dinheiro e
estavam prontos pra ir, mas as “autoridades” os convenceram que
isso era ilusão. Disseram a eles que eles iriam agradar muito mais a
Prabhupada dando o dinheiro ao templo. O raciocínio deles é
inválido, pois Tamal usou os mesmos argumentos diretamente com
Prabhupada no momento da instrução. Ele argumentou que a despesa
seria muito grande. Porém Prabhupada não se importou com essas
razões e Tamal foi obrigado a enviar a mensagem pro exterior.
Satsvarupa e Ramesvara são os que devem aceitar o peso total por
esta ofensa, que magoou profundamente muitos dos discípulos de Srila
Prabhupada.
Notem que mais uma
vez Prabhupada está advertindo que tudo pode ser arruinado.
"Com
respeito à controvérsia que está acontecendo em Estocolmo, qual é
a razão? Isto deve ser ponderado em um encontro do GBC. Você pode
sugerir uma forma de mitigar esta dificuldade, e se não for aceito,
então os dois podem se demitir. Eu sei que Hamsaduta é muito perito
em vender livros, mas os livros não são apenas para venda, são
para ler também. Agora o GBC se tornou maior do que Guru Maharaja?
Como se o GBC fosse feito apenas para cuidar de dinheiro. O GBC não
está cuidando da vida espiritual. Este é o defeito. Todos os nossos
estudantes terão que se tornar gurus, mas eles não são
qualificados. Esta é a dificuldade. " (carta a Alanatha,
10/11/75)
Nota:
Aqui Prabhupada indica claramente a tendência do GBC em tentar
tornar-se mais do que ele. No “Lilamrta” está escrito que
Prabhupada disse que “até mesmo eu tenho que seguir o GBC”.
Mesmo que Prabhupada tenha dito isto, nós não devemos aceitar isto
literalmente. Eles mostraram claramente a tendência de achar que
eles são mais do que Srila Prabhupada, e também, como foi
mencionado na carta acima, ficar absortos apenas em dinheiro. Por
favor, apenas tentem ver o que Srila Prabhupada está claramente
dizendo! “O GBC não está cuidando da vida espiritual. Este é o
defeito.” Está bem na cara. Se esta comissão fosse tão divina
como eles agora afirmam, por que Srila Prabhupada falou assim sobre
ela? Apenas dois anos e meio após esta carta ser escrita eles
afirmam ter se tornado tão avançados ao ponto de aceitar o mesmo
tipo de adoração como Srila Prabhupada, nos mesmos templos de Srila
Prabhupada, pelos mesmos discípulos de Srila Prabhupada. Eles foram
até Sridhara Maharaja, disseram a ele uma grande mentira e com isso
conseguiram o seu ‘carimbo para nomear acaryas’. Srila Prabhupada
descreve o que ele fez: “Eles declararam: ‘Vamos lá seus
desqualificados, vamos nos tornar acaryas.’ Então foi um após o
outro. ‘Agora eu sou tão avançado que eu posso matar o meu guru e
então me tornar guru.’”(Conversação, Bombaim, 16/08/76) Assim
quando o GBC agora faz grandes afirmações que eles devem ser
seguidos cegamente, nós devemos lembrar desta carta e entender que
eles não têm mais nada a ver com Srila Prabhupada.
"Meu
único ressentimento é que eu nomeei o GBC para me aliviar da
administração, porém em vez disso as reclamações e contra
reclamações continuam vindo para mim. Então como minha mente pode
ficar em paz? Naturalmente, eu desejo ver todos os meus centros indo
bem, assim se não é possível mitigar as diferenças de opinião e
trabalhar em conjunto sem atritos, então é melhor esperarmos pelo
encontro em Mayapur e decidirmos juntos o que fazer.
A
administração local tem que ser feita pelo presidente do templo. O
GBC deve ver se a administração está indo bem, e se houver alguma
discrepância isso será discutido no encontro do GBC em Mayapur.
Este é o processo. O sannyasis são apenas para pregação. Este é
o princípio. Porém, se ao invés do princípio as coisas são
indevidamente utilizadas, então como eu posso salvá-las? Como uma
única pessoa poderia administrar tudo no mundo todo? Esta é a minha
preocupação. Até agora eu sei que você é o administrador
aprovado, então eu não sei por que há tantas reclamações."
(carta a Jayatirtha, 16/10/75)
Nota:
Prabhupada claramente diz aqui que o GBC não o aliviou de ter que
lidar com tantos problemas, embora essa tenha sido a razão pela qual
o GBC foi criado em primeiro lugar. Prabhupada está admitindo aqui
que ele não pode ignorar os problemas, já que ele deseja ver todos
os seus centros indo bem, e ao mesmo tempo ele diz que não pode
administrar o mundo todo. Assim, ele simplesmente ficou mais e mais
aborrecido com estes “líderes” até que ele decidiu abandonar o
planeta.
"Eu
recebi sua carta endereçada a Rupanuga dasa, datada de 16 de
setembro de 1975, e tomei nota do conteúdo. Por que esta política?
Isto não é bom. Se há política, então a pregação irá parar.
Esta é a dificuldade. Assim que há política, tudo é estragado. Na
Gaudiya Matha continua havendo política. Meu Guru
Maharaja
partiu em 1936, e agora estamos em 1967, assim depois de 40 anos o
processo judicial continua. Não cheguem neste ponto."
(carta
a Gurukripa, 30/09/75)
Nota:
Alguém notou alguma diferença entre estes “líderes” entre
setembro de 1975 e novembro de 1977? Portanto nós podemos facilmente
entender porque “tudo está estragado”.
"No
que diz respeito as suas relações com Bhagavan dasa, quando o
assunto se refere a dois membros do GBC, o assunto deve ser
considerado por todo o GBC. O que eu posso fazer? Eu nomeei o GBC não
para que vocês briguem entrem si mesmos, mas para administrar. Se há
briga, então como vocês irão administrar? Assim se houver briga,
toda comissão do GBC deve decidir o caso." (carta a Hamsaduta,
29/09/75)
Nota:
Aqui Srila Prabhupada indica a futilidade da situação. Ele
estabeleceu isto como seu humor fundamental sobre o GBC desde o
incidente em Los Angeles em 1970 quando seus “queridos discípulos”
o mantiveram trancado em um quarto no templo. Os detalhes exatos
ainda não são conhecidos por nós, mas há claros indícios de que
alguns discípulos, especialmente Brahmananda, queriam controlar o
movimento melhor do que – assim pensavam eles – Srila Prabhupada
seria capaz.
"Com
respeito à nova casa em Nova Iorque, sim, deixe-me saber quando eu
devo ir lá para ver. Eu tenho mais casas no mundo do que qualquer
outra pessoa, mas eu não sou permitido a ficar. A pessoa mais rica
no mundo não tem tais facilidades. Eles têm uma ou duas casas, cada
uma é digna de um príncipe, mas eles não têm tantas quanto eu
tenho. E como a esposa de Bali Mardana estava dando tal blefe?"
(carta a Rupanuga, 29/09/75)
Nota:
Prabhupada queria ficar em um lugar e se concentrar em traduzir
livros, mas ele não podia. Por que? Porque ele tinha que viajar
constantemente para encorajar os devotos; seus assim chamados líderes
avançados não estavam fazendo isso." Eu vim para liberar os
meus discípulos, enquanto que eles (GBC) vieram para mantê-los no
cativeiro" (carta a Giriraja)1
Apenas um líder, Visnujana Swami, foi civilizado o suficiente para
lidar com os devotos em geral quando Srila Prabhupada desejou que um
grupo mundial de sankirtana fosse formado. Prabhupada não queria
viajar tanto. Chanakya Pandit disse:" Cavalos envelhecem ao
ficarem amarrados; roupas envelhecem ao serem deixadas no sol;
mulheres envelhecem ficando solteiras; e homens envelhecem viajando.
"No
que se refere as suas perguntas, você diz que entre os discípulos
mais velhos ainda há sintomas de cobiça, ira, luta, bate-boca,
etc., mas você é um deles. Você é um dos estudantes antigos,
assim você está nesse grupo. A briga está entre esse grupo, mas
não entre os verdadeiros trabalhadores." (carta a Krishna dasa,
09/09/72)
Nota:
Aqui Prabhupada está diretamente dizendo que os “verdadeiros
trabalhadores”, os verdadeiros discípulos, são aqueles que
humildemente servem sem bater boca e brigar. Os verdadeiros
trabalhadores são aqueles devotos que saem e distribuem livros dia
após dia, ou limpam o templo, ou adoram a Deidade. Os verdadeiros
trabalhadores não são os grandes líderes, sempre agindo sob o
ímpeto de sua ambição pessoal.
"Eu
recebi o relatório que você passou no telefonema a Harikesa. Isto é
muito engraçado, pensar que em nossa Sociedade vocês querem gastar
nesse bote, e que esse Tulasi dasa quer tomar sannyasa porque ele
está sentindo agitação sexual. Primeiro de tudo, não há sanção
da BBT para comprar o bote. Nós não estamos interessados.
Tulasi
dasa está afetado por sexo e quer tomar sannyasa? Isto é um
disparate. Sannyasa é tão barata? Ele será uma vítima. Ele não é
qualificado para sannyasa. Sua mente não está fixa. Cada um quer
satisfazer seus próprios caprichos. Isto está acontecendo. (...)
Outra
coisa, por que vocês sempre estão telefonando? Vocês são tão
importantes que vocês têm que telefonar para o mundo todo? Nós
somos filhos de pobre, o que eu posso fazer? Porém, por que vocês
estão sempre telefonando?" (carta a Ramesvara,
07/11/75)
Nota:
Há uma estória de Ramesvara a este respeito. Um dia Ramesvara
estava no telefone com Tamal quando um devoto veio e o informou sobre
a morte de um dos “discípulos” dele, Sridhama dasa. Ele já
estava no necrotério há vários dias sem ser identificado.
Ramesvara baixou o telefone apenas por um momento, o suficiente para
“meditar na alma de meu discípulo que partiu e dirigi-lo ao seu
destino”. Muitos devotos estavam presentes no quarto então. Aqui
nós vemos como é a tragédia. As pessoas vem para a ISKCON sendo
trazidas pela mensagem dos livros de Srila Prabhupada. Então elas
são vitimadas ao se tornarem enredadas com “gurus” que fazem com
que elas pensem que eles são os representantes puros daquela
mensagem. Porém, estes desfrutadores dos sentidos nem sequer sabem
quando um de seus discípulos morrem. Eles precisam ser informados.
Esta pessoa, Sridhama, deve ter executado uma quantidade
significativa de serviço desapegado para Ramesvara em Los Angeles, e
assim este deu-lhe um minuto interrompendo uma ligação à longa
distância.
"Uma
coisa é que eu ouvi que Jayapataka está pedindo a Giriraja que
Bombaim mensalmente envie subsídios para manutenção em Mayapur.
Porém, eu instruí no começo que Calcutá deve manter Mayapur.
Também, você não está enviando regularmente suas coletas para
Bombaim, então como eles podem manter vocês? Se Bombaim está os
mantendo, o que os demais estão fazendo? Comendo e dormindo?
Qualquer um que não possa coletar dinheiro deve ir para Mayapur,
viver lá e apenas comer e dormir, como mulheres e viúvas. Eu
arranjarei para que eles comam e durmam. Mas nas cidades devem viver
aqueles que podem coletar dinheiro. As viúvas não estão ganhando
dinheiro na sociedade hindu; elas comem e dormem às custas dos
outros. Assim se vocês não são capazes de ganhar dinheiro em
Calcutá, melhor que todos vão para Mayapur e comam e durmam, e eu
irei acomodar todas as viúvas, mulheres e outros em Mayapur e
Vrindavan. Caso contrário, por que nós deveríamos manter um
estabelecimento tão grande em Calcutá simplesmente para comer,
dormir e gastar dinheiro? Estes dois lugares serão reservados para
aqueles que não podem coletar. Eu estou fazendo provisões para
eles. Apenas os membros ativos que podem coletar devem viver na
cidade. Os membros que apenas comem e dormem devem viver em Mayapur.
Isso é tudo.(...)
Uma
coisa é que no convite você escreveu ‘Todas a glórias ao nosso
Guru Maharaja’. Isto é impersonalismo. Assim que nós oferecemos
reverências ao Guru, o nome deve estar lá. Nós somos estritamente
personalistas. Os sahajiyas escrevem ‘glórias ao Guru’. Por que
você está aprendendo impersonalismo? Quem ensinou você?
Diariamente eu estou oferecendo reverências ao meu Guru vibrando seu
verdadeiro nome, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati, senão isso é
impessoal.(...)
Se
você pode lidar com tantos problemas? Eu estou recebendo tantas
cartas de Calcutá diariamente. As autoridades do templo são
nomeadas para minimizar o meu tempo, não aumentá-lo com tantas
cartas. Melhor parar de expandir, ou se vocês não podem arrecadar
fundos lá, fechar o centro em Calcutá. Não é que as autoridades
devem ser peritas em apenas um campo; elas devem ser peritas em
tudo." (carta a Bhavananda,14/07/72)
Nota:
Há apenas umas poucas cartas para Bhavananda. Vocês podem consultar
Krta Kanna dasa, que está se escondendo em São Francisco sob ameaça
de Bhavananda, para mais informação. Os defeitos de Bhavananda não
se limitaram ao impersonalismo.
"Eu
tenho muito respeito pelo povo japonês. Eu encontrei com rapazes e
moças japonesas no nosso templo lá e eles são tão bem-comportados
que eu fiquei muito surpreso ao ver que eles são mais respeitosos do
que meus discípulos diretos." (carta a Taittiriya, 15/09/74)
Nota:
Muitos dos discípulos diretos de Srila Prabhupada, particularmente
aqueles com grandes egos e grandes posições, não tinham bom
comportamento e boas maneiras. Há muitos exemplos: nós damos uns
poucos casos específicos, todos verificáveis se necessário. Em
Vrindavana, quando Harikesa era o secretário de Prabhupada, sabe-se
que várias vezes ele disse a Prabhupada coisas como - “Você fez a
bagunça, agora arrume você mesmo”, ou “Isto não é sujeira,
Prabhupada, é poeira de Vrindavana”. Srila Prabhupada uma vez
enviou uma carta para Guru Krpa Swami via Harikesa. A carta era bem
provocativa a Guru Krpa Swami, especialmente o P.S. seguindo a
assinatura. Tanto que Guru Krpa Swami imediatamente voou do Japão
para a Índia. Ele foi até seu Guru Maharaja e perguntou se a
mensagem na carta era totalmente dele ou não. Não era. Harikesa
Swami foi imediatamente removido de suas funções como secretário
pessoal e foi exilado no leste europeu. Ele foi também mandado à pé
de Vrindavana à Nova Delhi (120km). Outro incidente: logo depois do
infame encontro do GBC no qual Srila Prabhupada exilou Tamal para ir
à China. Tamal ficou zangado e apontou seu dedo indicador a
Prabhupada: “ Eu não vou para China. Por que eu iria para China?
Eu tenho meu próprio grupo na América. Você não pode me dizer
isto. Eu não vou.” Um sannyasi que também estava na sala
protestou: “Você não pode falar com Srila Prabhupada desse
jeito.” Tamal respondeu afiadamente: “Não me diga o que eu posso
ou não posso fazer.” Srila Prabhupada uma vez disse sobre outro
“acarya”: “Hamsaduta está orando todas as noites para que eu
morra e ele se torne acarya.” A quantidade de tais citações
poderia encher um livro. Nós estamos apenas mostrando a ponta do
iceberg neste livro. Quase sem exceção, a única característica
proeminente que todos os atuais “acaryas” da ISKCON têm em comum
é o desrespeito por Srila Prabhupada. De fato, nós vemos nesta
carta que cidadãos japoneses comuns têm melhores maneiras do que
alguns dos “diretos representantes” de Srila Prabhupada.
"Nesse
contrato você deve cuidadosamente assegurar que o meu nome está
registrado como o fundador acarya e que eu sou a autoridade suprema.
Em outras palavras, caso haja necessidade de vetar ou cancelar
qualquer decisão feita pelos curadores, eu devo ser capaz de
fazê-lo. Minha decisão deve sobrepor-se àquela de todos os
curadores juntos."
(carta
a Kurusrestha, 28/12/74)
Nota:
Esta carta dá a entender que Prabhupada tinha muita fé na pureza
conjunta de todo o GBC? O seguinte incidente claramente mostra o quão
corrupto era e é o GBC, e quão tolos eram e são aqueles que não
eram corruptos. Porém, hoje o GBC ainda está dizendo que sua
opinião conjunta é tão boa quanto a de Prabhupada. De fato, eles
chegam ao ponto de dizer que até mesmo Prabhupada era obrigado a
seguir o GBC.
“Suas
fórmulas materiais legais não irão nos ajudar. Apenas nossa vida
espiritual pode nos ajudar. Eu não aprovo nenhum destes planos.
Parem. Hamsaduta deve voltar para a Alemanha imediatamente. Não
viajem de novo. Parem. Atreya Rsi não tem minha autorização para
administrar coisa alguma. Removam-no. Confirmem o recebimento desta
urgentemente. Renny Street, Paddington, Sydney. Bhaktivedanta Swami.”
(Telegrama para Hamsaduta, Rupanuga e Karandhar, 06/04/72)
“Sriman
Atreya Rsi dasa pode ser muito perito, mas sem a minha palavra lhe
foi concedido muito poder e isto perturbou minha mente. Eu entendo
que ações imediatas serão tomadas mesmo antes da minha permissão,
e isso também ‘sem divulgar aos devotos’ (!)
Eu
não sei exatamente o motivo para o assim chamado encontro do GBC,
por isso eu mandei o telegrama que vocês encontrarão em anexo, ao
qual eu já recebi as respostas. Sob estas circunstâncias, eu
autorizo vocês a desconsiderar pelo tempo vindouro qualquer decisão
dos membros do GBC até que eu dê mais instruções. Administrem em
paz e independentemente, e tentem melhorar a atmosfera espiritual dos
centros mais cuidadosamente. Eu ficarei contente em saber os nomes
dos seus assistentes tais como secretários, tesoureiros e
contadores. Finalmente, eu gostaria de repetir que todas as ordens do
GBC estão sendo suspensas por mim aqui até que eu dê mais
notícias.” (carta a todos os presidentes dos templos, 08/04/72)
"...essa
é minha esperança. Porém, recentemente eu tenho me sentido muito
perturbado pelo encontro que todos vocês tiveram em Nova Iorque, no
qual vocês aprovaram várias resoluções e elegeram Atreya Rsi como
o secretário do GBC, e fizeram várias outras mudanças. Eu estou
bastante perplexo com toda esta atividade. Por isso eu não a
aprovei, e neste ponto você já deve ter recebido minha carta
explicando porque eu suspendi o GBC temporariamente. Não vamos
levantar este assunto antigo, mas eu quero saber qual é a sua
opinião sobre o caso, e como foi que Hamsaduta e Atreya Rsi
conseguiram persuadir todos os líderes sêniors da Sociedade a
seguir suas tolas atividades? Por favor me informe.
De
agora em diante os templos irão operar independentemente e tentar
melhorar sua vida espiritual mais cuidadosamente, então não há
necessidade de tal arranjo de centralização financeira como você
propôs.(...)
Quanto
à sua afirmação que ‘nosso sucesso final será quando o senhor
sentar-se em paz para traduzir livros e nos deixar administrar com
sucesso’, sim, este é o meu desejo, mas se vocês podem ou não
fazê-lo é algo que está mais uma vez me perturbando muito. Agora
eu já dei tudo a vocês, porém eu não vejo sequer os princípios
básicos do avanço na vida espiritual sendo sempre seguidos, e às
vezes há a tendência de negligenciar o nosso verdadeiro propósito
da vida, ou seja, ficar louco por Krishna, e ao invés disto nós
somos carregados por grandes, grandes discussões. Assim, eu ainda
estou pensando sobre como as coisas irão continuar." (carta a
Satsvarupa, 10/04/72)
"E
eu estou surpreso que nenhum dos membros do GBC detectou os defeitos
no procedimento. Foi detectado somente quando veio para mim. O que
acontecerá quando eu não estiver mais aqui? Tudo será estragado
pelo GBC? Assim, por enquanto que as atividades do GBC sejam
suspensas até que eu revise completamente todo o procedimento.
Enquanto isso, faça o seu dever como presidente do templo de
Hamburgo e tente melhorar espiritualmente. Nosso modo de vida
espiritual deve estritamente observar os seguintes pontos
especialmente: 1) Todos devem se manter limpos e arrumados
fisicamente. (Eu ainda vejo que aqueles que foram iniciados como
brâmanes nem sequer lavam as mãos após comer; claro, pode haver
muitos defeitos devido ao seu nascimento em famílias não-brâmanes,
mas até quando isso continuará? Isto é algo muito fácil.) 2)
Cantar 16 voltas diariamente. (Eu não acho que todos estão seguindo
estes princípios.) 3) Adoração no templo, a qual deve ser
executada estritamente entre quatro e dez da manhã.
Eu
vejo que devotos ainda estão dormindo até as seis, sete horas.
Assim eu não vejo nada na agenda do GBC para reformar os nossos maus
hábitos. Portanto como presidente do centro de Hamburgo, por favor
tente você mesmo observar todos os princípios regulativos e ver se
todos os membros estão seguindo." (carta a Hamsaduta, 11/04/72)
"Eu
penso que a melhor coisa é que os membros do GBC sempre viajem em um
grupo de sankirtana em suas zonas e vão de uma vila à outra,
visitem os templos para ver como os estudantes estão aprendendo e
façam o meu trabalho. Desta forma eles evitarão a propensão de
sentar e fazer tramas e conspirações para comer e dormir. Assim
você pode aconselhá-los a viajar extensivamente em sankirtana por
todas as suas zonas." (carta a Karandhar, 04/05/72)
Nota:
Nós gostaríamos de resumir muito concisamente os pontos mais
importantes feitos nestas reveladoras cartas e telegrama: 1) Fórmulas
legais não substituem o verdadeiro comportamento e esforço
consciente de Krishna. Não é possível fazer alguém consciente de
Krishna com fórmulas legais. Obviamente, o GBC estava pensando que
isto era possível; 2) Prabhupada expôs a tendência do GBC de não
divulgar seus insidiosos planos aos devotos em geral. Nós não
clamamos ter exposto neste documento todas as suas perfídias. Vendo
quantas nós expomos, apenas imaginem quantas mais devem haver na
verdade! 3) O GBC tem a tendência de legislar, planejar e manipular
dinheiro antes da sanção de Prabhupada, mas a constituição do GBC
incorporou a necessidade da aprovação de Prabhupada em todas as
decisões de tal importância; 4) Às vezes levanta-se o argumento de
que Srila Prabhupada supostamente disse que o GBC, como uma unidade
conjunta de mais de 20 pessoas, não pode tomar uma decisão errada
devido à influência do grupo. Porém Srila Prabhupada pergunta como
duas pessoas, uma das quais nem sequer era membro do GBC, puderam
empurrar suas idéias aos outros membros. Simplesmente não é um
fato que apenas números podem prevenir desvios e traição em grupo.
Uma forte tentação pode poluir todos os demais membros; 5) Srila
Prabhupada disse que o GBC tem a tendência de negligenciar os
princípios fundamentais da consciência de Krishna e deixar-se levar
pelo assim chamado quadro geral, muito embora os princípios
fundamentais não sejam seguidos nem sequer pelos líderes; 6) Srila
Prabhupada diretamente duvida que haja qualquer possibilidade de que
a administração irá continuar após a partida dele. Nós podemos
ver que esta dúvida não era apenas bastante justificada, mas era
diretamente uma advertência para todos nós. 7) Srila Prabhupada
especificamente afirma que todo o movimento pode ser vitimado e
estragado pelo GBC. Foi isso o que aconteceu; 8) Srila Prabhupada
especificamente afirma que os membros do GBC, que chamam a si mesmos
de “representantes diretos” de Srila Prabhupada, têm a propensão
a simplesmente fazer tramas e conspirações. Nesta seção nós
estamos expondo muitas dessas tramas e conspirações. Nós pedimos
que vocês também exponham estes fatos a todos aqueles que são
sinceros o suficiente para ouvir e se beneficiar da verdade.
"Se
Madhavananda recebeu o voto para ser presidente, por que você se
opôs? Você deve ser imparcial. Minha recomendação é que ele deve
ser o presidente. Ele foi escolhido por voto, e eu estou votando para
ele. Ele está fazendo as coisas muito bem lá, assim ele deve ser o
presidente. Prabha Visnu deve ir em sankirtana, e Madhavananda deve
ser o presidente. Tudo deve continuar. As mulheres estão indo bem,
então por que elas estão sendo transferidas do pujari para o
sankirtana? Estas coisas devem ser feitas pelo presidente do templo.
Estes assuntos são internos, e você não deve interferir. Eu não
aprovo que você transfira as mulheres. É Madhavananda que decide
quem deve ser o pujari.
Por
que você fechou o centro em Edimburgo sem perguntar a mim?
Paramahamsa relatou que você fechou o templo lá. Edimburgo estava
indo bem. Vocês não podem fechar um templo sem perguntar a mim.
Isto é pedir demais? A nossa propaganda é abrir templos, e você
está fechando-os. Eu não aprovo isto. Se possível, o templo em
Edimburgo deve ser reaberto.
Se
você fecha o templo, onde está a administração? Sri Caitanya
Mahaprabhu impulsionou o movimento de sankirtana, mas Ele nunca disse
para fecharem o templo de Jagannatha ou Govindaji. Em Edinburgo nós
tínhamos uma boa casa. Por que você a fechou? Por que você
caprichosamente fez isso? Se possível, o templo deve ser reaberto.
Não faça nada caprichosamente sem me consultar.
Eu
criei o GBC para me aliviar, porém se vocês agem dessa forma, onde
está o alívio? Isto é causa de ansiedade para mim. Esta é a
dificuldade. Assim que alguém ganha poder, ele se torna caprichoso e
estraga tudo. O que eu posso fazer?" (carta a Hamsaduta,
12/09/74)
Nota:
Um ponto muito importante nesta carta é que o GBC não deve
interferir nas atividades internas de um templo. Isso quer dizer que
eles não são internos, mas sim pessoas de fora simplesmente
observando as atividades do templo. Se eles detectam algum desvio,
eles podem recomendar substituição. Isso é tudo. Não que eles têm
algo a ver com as atividades de pregação de um templo. O presidente
é o líder de um templo, e o GBC não tem nada a ver com os seus
planos ou desejos de pregação, a não ser que eles vão contra as
instruções de Prabhupada. Contudo, a maioria dos membros do GBC não
sabem destas instruções, e assim basicamente cada templo segue por
si mesmo. Se um presidente de templo não quer nenhum destes
carimbados “chefões” empoleirados em grandes tronos no templo,
então ele tem o direito de cortar tal imposição. Isto está
acontecendo agora no primeiro templo liberado da ISKCON, Berkeley.
Esperamos que muitos mais seguirão esse brilhante exemplo.
Como
foi afirmado no capítulo anterior, a causa das perturbações na
ISKCON é a ignorância. Isto está claro. Porém, existe também uma
outra causa mencionada nas seguintes cartas: ambição pessoal. Se os
líderes atuais são sinceros, então eles podem facilmente remover
estas perturbações trazendo conhecimento através de discussão e
debate. Porém, se as perturbações na ISKCON são uma demonstração
intencional de ambição pessoal, então isso tem que ser removido
por outros meios. Só é possível acordar uma pessoa que está
dormindo, não uma que finge estar dormindo.
Srila
Prabhupada aqui confirma a famosa citação de que o poder corrompe,
e assim naturalmente poder absoluto corrompe absolutamente quando os
“conspiradores” não estão situados em conhecimento absoluto.
"Nossa
vida é muito curta. O movimento para a consciência de Krishna não
foi feito para satisfazer a ambição pessoal de alguém. Este é um
movimento sério feito para o mundo todo." (carta a Satsvarupa,
31/07/70)
"Nos
meus livros eu tentei explicar claramente esta filosofia da unidade e
diferença simultânea, ‘acintya-bheda-abheda-tattva’, propagada
pelo Senhor Caitanya Mahaprabhu. Porém, às vezes acontece que esta
filosofia se dá a interpretações com interesses pessoais. Assim
que há motivação pessoal, não é possível entender a nossa
filosofia da consciência de Krishna." (carta a Isana, 21/09/70)
"Como
foi alegado por você, eu recebi reclamações contra Bali Mardana e
sua esposa, tão sérias que a moça declarou em meu nome que Bali
Mardana é a encarnação de Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura. Na
Índia alguns dos membros importantes coletaram grande quantidade de
dinheiro no nome da Sociedade e gastaram-no luxuosamente. Eu queria
que vocês todos que são meus discípulos experientes administrassem
toda a Instituição muito habilmente sem nenhuma ambição pessoal
como os materialistas ordinários. A Instituição Gaudiya Matha foi
destruída, ou pelo menos parou seu programa de pregação devido à
ambição pessoal.
O
que está feito está feito. Eu peço a todos vocês que não sejam
pessoalmente ambiciosos. Eu farei tudo em poder para satisfazer sua
ambição pessoal, mas isso será feito no devido curso do tempo
quando vocês estiverem completamente treinados, seguindo os
princípios regulativos e cantando 16 voltas." (carta a
Karandhara, 08/10/74)
"Nós
trabalhamos muito duro e estabelecemos uma grande instituição, mas
se nós pensarmos para o nosso benefício pessoal, então tudo será
arruinado. Esta é a minha única preocupação." (carta a
Cyavana, 01/11/74)
“No
que diz respeito a Brahmananda, ele é de fato uma alma rendida,
porém maya é tão forte que devido à associação ele até mesmo
caiu. Estas duas coisas sempre estão lado-a-lado: maya e Krishna.
Krishna é serviço, maya é gratificação dos sentidos. Assim a
cada momento nós estamos sujeitos a sermos subjugados por qualquer
um dos dois. Nosso dever, portanto, é sermos muito, muito
cuidadosos. O veneno é a ambição pessoal. Todos têm a chance, mas
nós não devemos ser complacentes. Podem haver dúvidas, mas devemos
estar firmes para que não haja nenhuma dúvida sobre o mestre
espiritual ou Krishna.” (carta a Satyabhama, 01/11/70)
Nota:
Estas cartas indicam o fio da navalha. Infelizmente, todos os líderes
caíram assim. Eles agora estão completamente enredados, sendo
carregados pela ambição pessoal. As facilidades que eles usaram
para explorar várias situações os degradaram além da esperança.
Essa é a pena por cair sob o encanto de maya na forma da ilusão da
ambição pessoal. Nós não devemos permanecer sentimentais. Srila
Prabhupada fez mais do que apenas nos advertir; ele afirmou
claramente que estas coisas estavam acontecendo. E elas não foram
retificadas. Ao contrário, tornarem-se muito pior. Nós devemos
parar de sermos avestruzes. Srila Prabhupada agora descreve todos
estes “discípulos” com ambição pessoal:
"Eu estou
escutando muitas coisas sobre a administração. Meu pedido é que
até que seja capaz de retornar aos EUA vocês todos por favor
trabalhem pacificamente. No nosso próximo encontro anual em Mayapur
todas as reclamações e contra reclamações serão ouvidas na
presença de todo o GBC e eu também estarei presente. Enquanto isso,
trabalhem pacificamente sem perturbar toda a situação.
Em
bengali há um provérbio que mesmo matéria morta como alguns
utensílios de metal fazem muito barulho quando estão juntos, então
o que dizer de ‘utensílios’ vivos. Assim, isto é natural, mas
já que nós estamos todos devotados a trabalhar para Krishna, nós
devemos seguir o princípio do Senhor Caitanya Mahaprabhu – trnad
api sunicena taror api sahisnuna. Isto é vaishnavismo. Assim, meu
pedido é que vocês não fiquem agitados. Vamos fazer o nosso dever
honestamente. Krishna irá dar-nos inteligência para fazer tudo
direitinho.
Europeus
e americanos são muito agitados, mas já que nós tomamos um voto
para servir a Krishna, nós devemos mudar este hábito para servimos
Krishna pacificamente." (carta a Ramesvara, 15/09/74)
Nota:
"Utensílios vivos barulhentos" não se qualificam para
serem gurus. Ramesvara ainda está tão agitado que ele agora tem
todos os tipos de desordens nervosas, incluindo úlceras. Seu apelido
tornou-se “Rage-esvara”. É também bem conhecido o fato de que
Rage-esvara gosta muito de ir ao cinema, especialmente para ver
filmes de ficção científica. Ele foi visto recentemente na fila
para o filme “Dunas”, e dizem que ele assistiu “Guerra nas
estrelas” cinco vezes. Claro, muitos devotos foram mandados embora
dos templos de seu pai à força, e agora vão ao cinema por falta de
uma sociedade organizada onde eles possam se refugiar. Contudo, uma
pessoa que deseja assumir a responsabilidade de guru não deveria
estar interessada em tais coisas mundanas. Prabhupada era leniente
com os devotos da congregação, especialmente chefes de família,
mas ele insistiu que os líderes devem ser exemplares.
"A
futura esperança de uma posição firme em nossa missão está na
administração apropriada de nosso corpo governamental. Nós estamos
aumentando em volume. A área de nossas atividades está expandindo.
Nestas circunstâncias, se nossa administração é boa e mantém
nosso prestígio e bom nome, isso será o nosso sucesso. Tal status
quo pode ser mantido apenas se estivermos livres de qualquer tipo de
atitude de gratificação dos sentidos, pois serviço devocional quer
dizer ‘anyabhilasita sunyam’, ou sem qualquer outro desejo além
de satisfazer a Krishna." (carta a Bhagavan dasa, 16/02/71)
Nota:
O dever do GBC é supostamente assegurar que os mais puros padrões
são seguidos por todos, especialmente eles mesmos. Isso é tudo. Os
chefes de família naturalmente estarão em todos os diferentes
níveis de austeridade, como afirmado na seguinte carta, mas os
líderes devem seguir puramente. Se os próprios líderes são
sannyasis agitados e sem verdadeira liberação de desejos pela vida
familiar, então como eles podem liderar uma comunidade de chefes de
família? Alguns destes líderes sannyasis, especialmente os
homossexuais, não têm a menor idéia do que é uma comunidade
consciente de Krishna saudável. Por isso, eles não podem
possivelmente ajudar os chefes de família. Ao contrário, eles são
muito peritos em criar perturbações entre eles. Em circunstâncias
normais, sannyasa é uma graduação após a vida familiar, não algo
a aceitar se alguém é irresponsável demais para ser um chefe de
família. Isto tudo será claramente explicado no capítulo nove.
"Quanto
a Dayananda, eu não tenho objeção se os grhasthas vivem fora e
ganham dinheiro, mas eu não quero que eles vão embora. O
procedimento estrito do templo é apenas para aqueles que vivem no
templo. Grhasthas devem viver fora, e eles não podem seguir tudo
estritamente, mas por que eles deveriam abandonar todas as suas
atividades devocionais? Muitos devotos avançados estão indo embora.
Por que isso? Advaita, Uddhava, Krishnadasa, e agora nosso Dayananda
e Nandarani. Eu mandei uma carta para cada um, então se você os
encontrar, entregue minhas cartas a eles. Não é nada bom se os
nossos grandes devotos caem tão facilmente e vão embora. Tente
salvá-los." (carta a Karandhar, 14/07/72)
Nota:
Isto é chamado expandir círculos mais e mais como Prabhupada
queria. Não é necessário que cada um interessado na consciência
de Krishna tenha que “seguir tudo estritamente”. Os atuais
líderes da ISKCON são muito lenientes com suas próprias
tendências, mas se devotos “comuns e insignificantes” quebram um
ou dois princípios regulativos ocasionalmente, então eles são
rápidos ao castigar tais devotos, mesmo ao ponto de destruir suas
famílias. Tais líderes que têm esta tendência de destruir
famílias, e assim criar varna-sankara, devem ser completamente
rejeitados. Em algumas circunstâncias, quando a destruição é
deliberada, execução é justificada no sastra. (BG, 1.36)
"Eu
também recebi as fotos da casa proposta. Eu acho que você é um
devoto muito sincero. Estou lembrando que durante a minha recente
visita à Austrália você estava cuidando para que ninguém
avançasse contra mim e ao mesmo tempo estava liderando o kirtana.
Quando você começou a cantar, todos ficaram cativados, e você pôde
prosseguir sem parar. Eu fico feliz que mesmo após minha partida
tudo irá continuar. Eu estou feliz por ter tantos devotos sinceros
que irão levar adiante. Esta é a minha felicidade. " (carta a
Madhudvisa, 18/09/74)
Nota:
De acordo com esta carta, Madhudvisa deve ser nomeado guru. Afinal,
Prabhupada está dizendo aqui que após sua partida Madhudvisa irá
levar a missão adiante. O ponto é que devotos podem receber cartas
muito encorajadoras de Srila Prabhupada, mas isso não assegura que
eles irão continuar a trilhar o “caminho estreito e direto”. Nós
não questionamos a fé de Madhudvisa. Ele é um devoto. Mas é
possível que um devoto perca sua firme sinceridade apesar do melhor
encorajamento, e o pior destes incidentes é com aqueles que
exibem-se e impõem-se aos devotos inocentes.
"A
situação em Miami é um grande descrédito para nós, pois nós
demos uma impressão tão má aos vizinhos que eles conseguiram que
nos chutassem de lá. Isto é por culpa da repugnante administração.
Rupanuga era o GBC, e agora você é. Porque isso não pode ser
limpo? Abhirama provou que sua administração é pobre, assim ele
deve ser substituído. (...) Uma coisa é que se a administração
continuar sendo tão repugnante, então aquele lugar também será
arruinado. A administração deve ser bem feita, senão é inútil."
(carta a Satsvarupa, 04/06/75)
"Agora
pela graça de Krishna nós obtemos propriedades o suficiente pelo
mundo todo, assim não pode haver nenhuma diplomacia ou conspiração
feita por nenhuma pessoa sã. Todas estas propriedades e opulências,
o que quer que tenhamos, isso não irá junto comigo quando eu partir
deste mundo. Isso irá permanecer aqui. Eu estou treinando alguns de
meus discípulos experientes para administrarem após minha partida.
Assim em vez de aceitar treinamento se mesmo enquanto eu estou vivo
vocês dizem ‘eu sou o Senhor de tudo o que vejo’, isso é uma
conspiração muito perigosa." (carta a Karandhar, 08/10/74)
Conclusão: Nestas
cartas está claro que Prabhupada não estava satisfeito com o GBC.
Ele apenas queria se aposentar para traduzir e não ter que lidar com
eles. Mas estão “Tamal voaria seis mil quilômetros para reclamar
sobre Jayatirtha”. O quê ele podia fazer? Ele nos deu muitos
livros, palestras e cartas, e ele sabia que se apenas uma alma
sincera de fato os lesse, então tudo continuaria. Assim ele decidiu
partir.
Pessoas
sãs não se ocupam em diplomacia e conspiração. A atração das
opulências e propriedades é ilusória. Ninguém pode manter o
controle para sempre. Não é que simplesmente um pequeno grupo de
devotos foi treinado por Srila Prabhupada. O treinamento estava
aberto a todos e ainda está. Mesmo na presença pessoal de Srila
Prabhupada os “chefões” que ele esperava treinar ficaram
enredados com ambição pessoal. Já faz um bom tempo que eles têm
pensado que são os Senhores de tudo o que veem. Este GBC tornou-se a
Gangue dos Blasfemadores e Conspiradores. Esta é uma conspiração
muito perigosa. O movimento para a consciência de Krishna, como
estabelecido por Srila Prabhupada, é vital para a elevação do
mundo todo. Agora tudo tornou-se quase completamente estragado pelo
GBC e, particularmente, o grupo de “gurus”. Claro que eles
precisam de ajuda, e assim há muitos tolos mantendo o que está
prestes a cair. E há também muitos devotos inocentes que, devido à
ignorância, permitem que esta conspiração continue a reinar. Nós
podemos apenas orar ao Senhor Sri Krishna e todo o verdadeiro guru
parampara para que alguns discípulos sinceros de Srila Prabhupada
leiam atentamente estas cartas acima e, sem preconceito, reconhecerão
a legitimidade de nossos explicações sobre elas. Então o dever se
tornará óbvio.
Comentários
Postar um comentário
"To do things hastily and incorrectly is not good. Anything valuable takes a little time to come into existence. Therefore there is no harm in waiting for the best thing. But everything is well that ends well: That should be the principle."
Prabhupada Letters :: 1969.
.............................................................................
"Hacer las cosas de afán y mal no es bueno. Algo valioso toma un poco de tiempo para llegar a existir. Por lo tanto no hay daño en esperar lo mejor. Pero si algo va bien termina bien. Ese debe ser el principio".
Cartas de Prabhupada :: 1969.