"NÃO ME DESONREM" COMO A AMBIÇÃO PESSOAL DOS "CHEFÕES" ARRUINOU TUDO



CAPÍTULO DOIS
"NÃO ME DESONREM"
COMO A AMBIÇÃO PESSOAL DOS "CHEFÕES" ARRUINOU TUDO
"Este Bon Maharaja, talvez vocês não saibam, foi rejeitado por Guru Maharaja. Assim, eu não posso recomendá-lo como siksa-guru. Eu penso que ele não tem um verdadeiro atributo espiritual. Para avanço na vida espiritual nós devemos ir a alguém que de fato está praticando vida espiritual, não a algum líder de uma instituição mundana, não a alguém que ofendeu o seu mestre espiritual de tantas formas. Eu não quero entrar em detalhes aqui, mas eu devo informar vocês que este Bon Maharaja pode ser considerado uma cobra negra, e no momento de seu desaparecimento, meu Guru Maharaja não queria nem que ele estivesse em sua presença devido ao mau caráter deste Bon Maharaja." (carta a Hrsikesa, 31/01/69)
Nota: Aqui Prabhupada está condenando Bon Maharaja por ter ofendido seu próprio Guru Maharaja há uns 40 anos antes. Uma ofensa séria ao próprio guru não está sujeita ao fator do tempo. Este é um ponto muito importante. Os novos “gurus” da ISKCON atualmente acham que o carimbo de aprovação de Sridhara Maharaja (a quem eles também rejeitaram mais tarde) os torna fidedignos, e portanto acima de crítica. Porém aqui nós vemos que uma ofensa séria ao mestre espiritual pode levar tal desafortunada pessoa a ser totalmente rejeitada pelo mestre espiritual. Bon Maharaja escreveu no prefácio de sua própria tradução e comentário sobre o Bhakti Rasamrta Sindhu que ele era muito, muito querido a Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami. O verdadeiro fato é declarado acima por Srila Prabhupada. Após ler este livro, qualquer discípulo sincero de Srila Prabhupada deve claramente reconhecer que os líderes da ISKCON cometeram uma grande ofensa contra Srila Prabhupada e suas evidentes instruções. Nós devemos manter em mente esta citação sobre Bon Maharaja. Ele continua a pregar, ele continua a fazer discípulos, ele continua a se associar com outros Gaudiya Vaishnavas, ele continua a traduzir sastra, e ele continua a pensar que ele era muito, muito querido e especial para o seu guru. Porém, mesmo em 1969 Srila Prabhupada estava dizendo que Bon Maharaja deve ser considerado uma cobra negra por haver cometido uma séria ofensa contra o seu guru.
"Nós sacrificamos nossa vida para o serviço a Krishna, onde está a oportunidade para dormir e fofocar? Vocês podem ver no meu exemplo, nem sequer um momento é desperdiçado. Ociosidade é a ocupação dos karmis. Eles podem ser vistos nos parques fofocando: “Meu genro disse isso”, “Este cara me enganou”. Porém, não há oportunidade para serviço devocional, assim sua sugestão foi bem feita. (...)A instalação de comunicação via telex para os nossos principais templos não é necessária. Eles iriam fofocar mais através de telex. " (carta a Gurudasa, 05/02/77)
Note: Quando Prabhupada diz “eles” ele está se referindo aos “líderes”, a maioria dos quais ainda são considerados “líderes” ou mesmo “gurus”
"Antes de vir ao seu país, eu tomei sannyasa em 1959. Eu estava publicando ‘De Volta ao Supremo’ desde 1944. Depois de aceitar sannyasa eu estava mais ocupado em escrever meus livros sem tentar construir templos ou fazer discípulos como meus irmãos espirituais na Índia. Eu não estava muito interessado nestes assuntos porque meu Guru Maharaja gostava muito mais de publicar livros do que construir grandes templos e criar alguns discípulos neófitos. Tão logo ele viu que seus discípulos neófitos estavam aumentando em número, ele imediatamente decidiu abandonar este mundo. Aceitar discípulos quer dizer aceitar a responsabilidade de absorver a reação pecaminosa da vida do discípulo. No presente momento, política e diplomacia entraram na nossa ISKCON. Alguns de meus amados estudantes a quem eu estimo muito têm se envolvido neste tipo de atividade, a qual eu considero desrespeitosa. Assim, eu decidi me aposentar e dirigir minha atenção a escrever livros e nada mais. Por favor me deixem saber o quanto vocês podem me ajudar neste respeito e quais são os manuscritos prontos para imprimir. Eu acho que agora eu irei parar com todas as outras atividades, exceto a publicação de meus livros." (carta a Satsvarupa, 27/07/70)
Nota: Esta é uma das cartas mais pesadas que Prabhupada já escreveu. Nós gostaríamos de discutir brevemente quatro pontos aqui.
1) Ao analisarmos minuciosamente as cartas de Prabhupada, fica claro que a partir deste ponto a sua principal preocupação era escrever livros. Ele indica, mais ou menos, que os discípulos neófitos estavam aumentando. Assim, seu entusiasmo em participar nos aspectos práticos da ISKCON estava afrouxando. Os líderes estavam manifestando ambição neófita. Há um espírito de futilidade nesta carta. Ele pôde ver que eles iriam fazer do jeito deles. Assim, ele estava solicitando que eles pelo menos lhe dessem facilidades para traduzir;
2) Nesta carta, Srila Prabhupada diretamente afirma que a mensagem que ele está transmitindo é muito mais importante do que fazer tantos templos e tantos devotos que não sejam capazes de atingir a média. Em outras palavras, a pureza da doutrina da consciência de Krishna era mais importante para Srila Prabhupada do que todos os resultados externos. Isto de forma alguma é o que a ISKCON tem enfatizado nos últimos anos.
3) Srila Prabhupada usa os termos “política e diplomacia”. Isto diretamente se refere aos líderes do movimento. Esta não é a única carta que explicitamente revela a existência desta terrível enfermidade. Nós em seguida veremos que Srila Prabhupada até mesmo dissolveu o GBC por algum tempo devido a esta contaminação. Porém, o que não é tão conhecido é o fato de que Srila Prabhupada uma vez, em completo desgosto com a política e ambição pessoais, diretamente disse aos membros do GBC que eles poderiam assumir todo o movimento, e ele apenas iria seguir seu próprio caminho. Eles suplicaram que ele não fizesse isto, mas ainda assim não foram sinceros o suficiente para acabar com a ambição pessoal, diplomacia e política.
4) Srila Prabhupada estava contando com os líderes para administrar apropriadamente a sua Sociedade. Porém eles o traíram. Por isso, esta carta indica que Srila Prabhupada havia quase perdido toda a fé que os “líderes” seriam sinceros o suficiente para renunciar ao pecado original, a tendência de trair a confiança estendida pelo Senhor Supremo através de Seu mais querido servo. Apesar de tantas cartas pesadas como esta, Prabhupada nunca foi de fato aliviado das responsabilidades administrativas. Ele tinha que tolerar inúmeras ofensas cometidas pelos seus “líderes” apenas para manter tudo em andamento até que ele acabasse seus livros. Porém agora, alguns destes mesmos líderes afirmam ser tão avançados que eles não necessitam ler mais os livros de Srila Prabhupada. Em um certo ponto, Tamal Krishna exigiu que os significados de Srila Prabhupada não fossem lidos durante suas aulas – que apenas o seu comentário era suficiente.
"No que diz respeito ao efeito venenoso em nossa Sociedade, é um fato, e eu sei de onde esta árvore venenosa proveio e como afetou praticamente toda a Sociedade de uma forma muito perigosa. Mas não importa. Deram veneno a Prahlada Maharaja, mas não funcionou. Similarmente, deram veneno ao Senhor Krishna e aos Pandavas e não funcionou. Eu penso que, no mesmo sistema de parampara, o veneno dado a nossa Sociedade não irá funcionar se nossos estudantes foram tão bons quanto Prahlada Maharaja. Por isso, eu dei o poder administrativo ao GBC.(...) Você também é um dos membros do GBC, então você pode pensar profundamente como salvar a situação. Contudo, é um fato que o grande movimento sinistro está dentro de nossa Sociedade. Eu não tenho ouvido nada de Krishna dasa ou Syamasundara, assim todos vocês podem tentar salvar a Sociedade desta posição perigosa." (carta a Hamsaduta, 02/09/70)
Nota: Prabhupada naturalmente é tão bom quanto Prahlada Maharaja, mas já que ele havia dado o movimento para o GBC, ele está dizendo aqui que eles terão que se tornar tão bons quanto Prahlada se eles quiserem salvar o movimento da inevitável destruição. Ele estava preparado para lavar suas mãos de tudo. Este mesmo movimento sinistro ainda está lá, mas não está mais dentro da Sociedade – ele tornou-se a Sociedade, e todos os demais saíram correndo para salvar suas vidas. Naturalmente, cada um apontará o dedo aos demais como sendo os demônios referidos aqui, mas com um pouco de bom senso, qualquer um pode ver quem são de fato os agentes deste “grande movimento sinistro”.
"Claro, pela misericórdia de Krishna, a classe de pessoas mais educadas está apreciando os nossos livros. Esta é a única esperança para irmos em frente. Porém, eu estou muito triste com os recentes incidentes na Alemanha. Agora está evidente que algum de nossos líderes são muito ambiciosos e tantas quedas têm acontecido. " (carta a Bhagavan, 27/01/75)
Nota: Observem nesta carta que são os líderes que são os mais ambiciosos. Observe também que a última esperança resta na classe de pessoas mais educada, e não nos assim chamados líderes.
"Você escreveu: “A BBT é capaz de acompanhar o passo de Prabhupada desta vez e nós humildemente pedimos a todos os devotos que respeitem o desejo de Prabhupada para realizar o seu sonho de publicar e distribuir milhares e milhões de volumes do Srimad Bhagavatam em doze cantos no mundo todo sem perturbá-lo neste momento com problemas e decisões que podem ser tomadas pelos seus representantes diretos, os membros do GBC.” Sim, isto é necessário. Eu quero aumentar meu trabalho. Brahmananda Swami e Gopala Krishna estavam sugerindo que eu vá a algum outro lugar na Índia, mas se Tamal Krishna voa seis mil quilômetros para fazer reclamação sobre Jayatirtha, o que eu posso fazer? Se todos vocês líderes não podem trabalhar juntos, então como vocês podem esperar que outros cooperem com vocês? Pode haver diferenças, mas ainda assim, vocês têm que cooperar juntos, senão onde está a chance de que eu seja aliviado de tantos problemas e decisões?" (carta a Ramesvara,15/09/75)
Nota: Aqui Ramesvara está referindo a si mesmo como um “representante direto” de Prabhupada, enquanto que Prabhupada está indicando que tal “representante direto” é parte e parcela de um grupo de muitos outros “representantes diretos”, que simplesmente se ocupam em bater boca e brigar. O efeito colateral disso é que Srila Prabhupada dificilmente pode ser deixado em paz para se concentrar nas traduções. No Caitanya-caritamrta, Madhya-lila, capítulos 1 e 7, Prabhupada adverte seus discípulos a não ficarem deprimidos por causa destes “representantes diretos”, mas diretamente se refugiarem em seus livros. Em outro lugar, Prabhupada diz: “Os devotos devem ler todos os meus livros, incluindo o Caitanya-caritamrta, senão eles irão simplesmente comer e dormir, e assim, eventualmente irão cair.” Apenas então os devotos não ficarão perplexos ao ver tanta hipocrisia na ISKCON. Nós temos experiência pessoal deste fato. Nós fomos muito mal tratados em muitas ocasiões por alguns “líderes”, mas nós nunca ficamos contra Prabhupada porque nós lemos todo o Caitanya-caritamrta. Por isso, nós sempre entendemos que os “líderes” foram simplesmente engajados de acordo com suas propensões materiais de forma que satisfizessem os seus egos e os mantivesse longe de confusão. Como Prabhupada disse uma vez: "Eu criei estes grandes postos para aqueles que têm grandes egos."
"Agora este desgosto entre irmãos espirituais já começou e agita muito a minha mente. Nosso pessoal da Gaudiya Matha brigou um contra o outro após o desaparecimento de Guru Maharaja, mas meus discípulos já começaram a brigar mesmo na minha presença. Assim, eu estou muito preocupado com isto. 'Trnad api sunicena...' (...) Por favor, tentem manter a filosofia da unidade na diversidade. Isso fará o nosso movimento bem sucedido. Um grupo de pessoas já foi embora, por isso, nós devemos ser muito cuidadosos para manter a unidade na diversidade, lembrando da estória nas Fábulas de Esopo sobre o pai de muitos filhos com uma pilha de gravetos. Quando o pai pediu que seus filhos quebrassem a pilha de gravetos embalada em uma sacola, nenhum deles foi capaz. Porém, quando eles removeram os gravetos da sacola e tentaram um por um, os gravetos foram facilmente quebrados. Então esta é a força da unidade. Se nós nos agrupamos, nós não podemos ser quebrados, mas quando divididos, nós podemos ser quebrados muito facilmente." (carta a Kirtanananda, 18/10/73)
Nota: Um ponto importante nesta carta é que para espalhar este movimento pelo mundo todo é preciso “unidade na diversidade”. Muitos discípulos estão sob a impressão de que eles podem ir embora sozinhos e começar um movimento novo e puro assim como Prabhupada fez. Todavia, até agora absolutamente nada substancial foi alcançado por nenhum grupo, incluindo a “ISKCON”. Isto é porque nós não temos a potência de Srila Prabhupada, e nós precisamos atingir este objetivo trabalhando cooperativamente com os livros de Prabhupada para nos guiar. Isto não significa que nós temos que nos agrupar em um limitado número de templos. Significa que nós temos que manter o núcleo da Sociedade puro e que as diversas filiais devem apoiar umas às outras com vários instrumentos de pregação como livros, máquinas de escrever, impressoras, vídeos, show de slides, show de marionetes, grupos de teatro, etc. Cada discípulo ou grupo de discípulos pode ter sua própria especialidade, mas deve haver um núcleo puro e centralizado para ajudar a fazer com que todas as facilidades para pregação e conhecimento estejam disponíveis a todos, sem exploração. No presente, os membros do GBC, que supostamente devem representar a cabeça ou o cérebro do corpo, são os piores exploradores de todos. Por isso o corpo está em caos.
Já que esta carta foi escrita para Kirtanananda Swami, nós iremos usar New Vrindavana como um exemplo prático para ilustrar este espírito não-cooperativo. Eles têm milhares de moldes para fazer belas estruturas de templos, porém ninguém mais pode utilizá-las. Em vez disso, elas estão paradas estragando. Uma das razões para isto, é a beligerância dos líderes em New Vrindavan. Se de alguma forma ou de outra os templos conseguem comprar alguma coisa de New Vrindavan, eles são passados para trás. Nós temos experiência pessoal deste fato, já que nós trabalhamos naquela oficina de moldes por quase um ano. Um item que poderia ser oferecido por um custo de 150 dólares era vendido por New Vrindavana para outros templos por 1.000 dólares. Publicação de livros é outro exemplo desta falta de cooperação. Os líderes competem uns com os outros, então cada zona tem que estabelecer sua própria sede de publicação. Isto quer dizer que eles não podem aceitar o princípio de unidade na diversidade.
"Caso você não goste deste arranjo, então você pode manter o templo como sua propriedade particular, e como meu discípulo, eu o guiarei, mas você não pode usar o nome da ISKCON para coletar fundos ou obter empréstimos. Neste respeito, até que este assunto esteja resolvido, nenhum empréstimo deve ser obtido do banco ou de qualquer outro lugar, e todas as coletas no nome da ISKCON devem parar. Se você deseja manter o templo como propriedade particular, então Upendra dasa pode retornar ao Havaí, e a ISKCON em Fiji pode ser dissolvida. Se você quiser considerar este projeto como um projeto da ISKCON, então você tem que obedecer as ordens e instruções do GBC, o que você não gosta de fazer. Agora o que quer que você prefira, deixe-me saber.” (carta a Vasudeva, 29/07/76)
Nota: Srila Prabhupada nunca esteve iludido sobre o caráter dos membros do GBC. Por muitos anos eles estavam causando mais problema do que alívio para ele. As razões pelas quais Srila Prabhupada não os dispensou permanentemente não são difíceis de entender. Ele não podia possivelmente lidar com cada templo individualmente. Ele era apenas uma pessoa. Assim, ele teve que criar um tipo de corpo governamental. O fato que a maioria deles eram neófitos e pessoalmente motivados não fez com que ele parasse de encorajá-los a avançar. Ao mesmo tempo, ele não esperava que seus outros discípulos tivessem que sofrer por causa de tais neófitos e por isso, ele escreveu muitas cartas como a de cima. As atividades de um devoto puro são impossíveis de serem completamente compreendidas, mas apenas até certo ponto. Por isso ele está dizendo que Vasudeva tem suas bênçãos para manter o templo como privado e ainda permanecer um discípulo fidedigno. Desta forma, ele não está minimizando o GBC, a quem ele queria encorajar, e ao mesmo tempo está dizendo a Vasudeva que ele não precisa obedecer ao GBC para ser um discípulo fidedigno. Esta é uma carta muito importante para todos os discípulos que passaram por uma lavagem cerebral para pensar que Prabhupada é acessível somente aos devotos que se rendem ao GBC.
Também importante nesta carta é o fato de que os projetos da ISKCON não são propriedades de indivíduos a menos que eles desenvolvam o projeto independentemente, da forma como Prabhupada está recomendando a Vasudeva aqui. Isso significa que eles não usam o nome de Prabhupada para coletar fundos, nem tampouco usam os discípulos de Prabhupada. Se alguém desenvolver uma comunidade desta forma, então eles podem considerá-la seu próprio templo independente e não precisam obedecer às ordens do GBC. Certas pessoas, como Kirtanananda por exemplo, acham que eles não precisam obedecer às ordens do GBC, mas esta carta não substancia a sua reivindicação. Kirtanananda era simplesmente outro trabalhador que ajudou a construir New Vrindavana. Os discípulos de Prabhupada e o nome de Prabhupada foram ambos utilizados para construir o lugar, assim New Vrindavana está completamente sob a direção do GBC. Da mesma forma, ninguém pode pensar que qualquer projeto da ISKCON pertence a algum indivíduo. Se um templo se torna um projeto pessoal, ele não representa a ISKCON. Srila Prabhupada é o fundador acarya da ISKCON e apenas ele deve ser adorado em qualquer templo da ISKCON.
Se alguém quer ser adorado em um templo, ele terá que construir seu próprio templo assim como Vasudeva está sendo encorajado a fazer nesta carta.
Há uma classe de tolos em quase todos estes projetos da ISKCON hoje que pensa que os projetos pertencem a tais e tais “gurus”. Porém, para esses tolos que acham que a inspiração por trás de qualquer projeto da ISKCON vem de uma dessas pessoas, e não de Srila Prabhupada, está mais do que na hora de acordar. É apenas a pureza de Prabhupada que inspirou cada um a fazer algo, embora algumas pessoas tenham tentado seu melhor para lucrar com o legado e as propriedades de Prabhupada. Todos os líderes da ISKCON seriam apenas instrumentos para satisfazer o desejo de Krishna através de Srila Prabhupada. Se um ou mais instrumentos estragam no processo, então eles simplesmente devem ser limpos ou descartados.
"... e a minha resposta é que este sankirtana, ou canto nas ruas deve continuar, é o nosso programa mais importante. O movimento do Senhor Caitanya quer dizer o movimento de sankirtana. (...) Agora vocês são meus discípulos mais velhos e ambos são sannyasis avançados na consciência de Krishna, assim estas questões não deveriam surgir entre vocês de novo e de novo. Isso significa que todos não são conscienciosos. Estas coisas não são novas pra vocês. Por que vocês continuamente fazem as mesmas perguntas? A autoridade do GBC deve ser aceita sob todas as circunstâncias, e não que deve haver brigas entre vocês. Este espírito de luta irá destruir tudo, mas o que eu posso fazer? Vocês americanos e europeus são treinados com esta atitude de luta. Agora coloquem isso de lado e simplesmente trabalhem cooperativamente para propagar este movimento pelo mundo todo. Eu já dei os padrões para vocês, agora tentem mantê-los o tempo todo sob o procedimento padrão. Não tentem inovar, criar ou inventar nada. Isso irá arruinar tudo. Simplesmente façam como eu estou fazendo e sejam sempre sérios e sinceros para servir a Krishna, e Ele os dará inteligência para fazer tudo." (carta a Bali Mardan e Pusta Krishna, 18/09/72)
Nota: Notem que nesta carta Srila Prabhupada definitivamente afirma que a ISKCON e tudo mais conectado à ISKCON pode ser arruinado.
No que diz respeito ao uso da língua inglesa por Prabhupada, esta carta é muito pesada, mas exceto por nós, parece que ela não foi pesada o suficiente, já que parece que ninguém a entendeu muito bem. O humor nesta carta aplica-se praticamente a todos os líderes. Eles frequentemente citam a parte sobre aceitar a autoridade do GBC, mas eles nunca citam a parte sobre manter estritamente o padrão que Prabhupada estabeleceu.
Prabhupada também está dizendo para não inventarmos nada. Em outras palavras, nós não somos qualificados para ajustar os itens devocionais de acordo com tempo e circunstância, pelo menos até que paremos de brigar uns com os outros. Os novos "gurus” da ISKCON não estão mudando o método de adoração do guru. Eles gostam muito desse padrão e o mantém ao pé da letra. Contudo, o problema é que nenhum deles tem as qualificações de Prabhupada. Em outras palavras, eles aceitam a parte que eles gostam – lucro, adoração e distinção – e rejeitam a parte que eles não gostam – uma vida de austeridade e purificação. Neste respeito, Prabhupada faz esta analogia:

Um fazendeiro pode pensar: 'a parte da frente da galinha é muito dispendiosa, pois eu tenho que alimentá-la. Melhor cortá-la fora.’ Similarmente, se nós rejeitamos a parte mais difícil das escrituras e obedecemos a parte que gostamos, tal interpretação não irá nos ajudar. Nós temos que aceitar todas as injunções nas escrituras como elas são, e não apenas àquelas que nos convém.”(Ciência da auto realização, cap.4)
"Agora eu estou de volta, assim deixe-me ficar na Índia. Eu permanecerei em Bombaim, Vrindavana e Mayapur. Assim como você desejou, agora deixe-me fazer isso, sentar e me concentrar em traduzir. Porém, se você me perturbar, então minha mente será perturbada. Eu desejo que o que eu estabeleci prossiga bem, mas eu vejo que alguns dos devotos estão revivendo suas velhas ‘boas’ qualidades. Essa é a dificuldade. Se os velhos hábitos voltam, então tudo está acabado. Se minha mente fica perturbada desta forma, então como eu posso me concentrar em escrever livros? Isto não é possível. Melhor não me informar nada, apenas me deixe sentar em Vrindavana." (carta a Hrdayananda, 13/11/75)
Nota: Prabhupada aqui está praticamente implorando a Hrdayananda que apenas o deixe sozinho para escrever seus livros, mas Hrdayananda e o GBC se recusaram. Eles continuaram a agir com sua mesquinha inveja até Srila Prabhupada partir deste mundo. E, não é preciso dizer, as velhas ‘boas’ qualidades voltaram.
O último desejo de Prabhupada era ver TODOS os seus discípulos. Isto iria dar a cada um a última chance de oferecer seu agradecimento de coração a Prabhupada pelas bênçãos que ele deu a nós. Tamal informou a Giriraja, e a mensagem foi transmitida a Satsvarupa e Ramesvara em Los Angeles. Porém, estes dois decidiram que eles sabiam mais do que Srila Prabhupada. Então, eles bloquearam a instrução com a desculpa de que isso seria muito dispendioso logo antes do pico do Dia de Ação de Graças e do Natal. Assim, embora Srila Prabhupada desejasse ver seus verdadeiros discípulos, eles nunca vieram a saber graças a estes “representantes diretos”. Nós testemunhamos com vários devotos que eles tinham dinheiro e estavam prontos pra ir, mas as “autoridades” os convenceram que isso era ilusão. Disseram a eles que eles iriam agradar muito mais a Prabhupada dando o dinheiro ao templo. O raciocínio deles é inválido, pois Tamal usou os mesmos argumentos diretamente com Prabhupada no momento da instrução. Ele argumentou que a despesa seria muito grande. Porém Prabhupada não se importou com essas razões e Tamal foi obrigado a enviar a mensagem pro exterior. Satsvarupa e Ramesvara são os que devem aceitar o peso total por esta ofensa, que magoou profundamente muitos dos discípulos de Srila Prabhupada.
Notem que mais uma vez Prabhupada está advertindo que tudo pode ser arruinado.
"Com respeito à controvérsia que está acontecendo em Estocolmo, qual é a razão? Isto deve ser ponderado em um encontro do GBC. Você pode sugerir uma forma de mitigar esta dificuldade, e se não for aceito, então os dois podem se demitir. Eu sei que Hamsaduta é muito perito em vender livros, mas os livros não são apenas para venda, são para ler também. Agora o GBC se tornou maior do que Guru Maharaja? Como se o GBC fosse feito apenas para cuidar de dinheiro. O GBC não está cuidando da vida espiritual. Este é o defeito. Todos os nossos estudantes terão que se tornar gurus, mas eles não são qualificados. Esta é a dificuldade. " (carta a Alanatha, 10/11/75)
Nota: Aqui Prabhupada indica claramente a tendência do GBC em tentar tornar-se mais do que ele. No “Lilamrta” está escrito que Prabhupada disse que “até mesmo eu tenho que seguir o GBC”. Mesmo que Prabhupada tenha dito isto, nós não devemos aceitar isto literalmente. Eles mostraram claramente a tendência de achar que eles são mais do que Srila Prabhupada, e também, como foi mencionado na carta acima, ficar absortos apenas em dinheiro. Por favor, apenas tentem ver o que Srila Prabhupada está claramente dizendo! “O GBC não está cuidando da vida espiritual. Este é o defeito.” Está bem na cara. Se esta comissão fosse tão divina como eles agora afirmam, por que Srila Prabhupada falou assim sobre ela? Apenas dois anos e meio após esta carta ser escrita eles afirmam ter se tornado tão avançados ao ponto de aceitar o mesmo tipo de adoração como Srila Prabhupada, nos mesmos templos de Srila Prabhupada, pelos mesmos discípulos de Srila Prabhupada. Eles foram até Sridhara Maharaja, disseram a ele uma grande mentira e com isso conseguiram o seu ‘carimbo para nomear acaryas’. Srila Prabhupada descreve o que ele fez: “Eles declararam: ‘Vamos lá seus desqualificados, vamos nos tornar acaryas.’ Então foi um após o outro. ‘Agora eu sou tão avançado que eu posso matar o meu guru e então me tornar guru.’”(Conversação, Bombaim, 16/08/76) Assim quando o GBC agora faz grandes afirmações que eles devem ser seguidos cegamente, nós devemos lembrar desta carta e entender que eles não têm mais nada a ver com Srila Prabhupada.
"Meu único ressentimento é que eu nomeei o GBC para me aliviar da administração, porém em vez disso as reclamações e contra reclamações continuam vindo para mim. Então como minha mente pode ficar em paz? Naturalmente, eu desejo ver todos os meus centros indo bem, assim se não é possível mitigar as diferenças de opinião e trabalhar em conjunto sem atritos, então é melhor esperarmos pelo encontro em Mayapur e decidirmos juntos o que fazer.
A administração local tem que ser feita pelo presidente do templo. O GBC deve ver se a administração está indo bem, e se houver alguma discrepância isso será discutido no encontro do GBC em Mayapur. Este é o processo. O sannyasis são apenas para pregação. Este é o princípio. Porém, se ao invés do princípio as coisas são indevidamente utilizadas, então como eu posso salvá-las? Como uma única pessoa poderia administrar tudo no mundo todo? Esta é a minha preocupação. Até agora eu sei que você é o administrador aprovado, então eu não sei por que há tantas reclamações." (carta a Jayatirtha, 16/10/75)
Nota: Prabhupada claramente diz aqui que o GBC não o aliviou de ter que lidar com tantos problemas, embora essa tenha sido a razão pela qual o GBC foi criado em primeiro lugar. Prabhupada está admitindo aqui que ele não pode ignorar os problemas, já que ele deseja ver todos os seus centros indo bem, e ao mesmo tempo ele diz que não pode administrar o mundo todo. Assim, ele simplesmente ficou mais e mais aborrecido com estes “líderes” até que ele decidiu abandonar o planeta.
"Eu recebi sua carta endereçada a Rupanuga dasa, datada de 16 de setembro de 1975, e tomei nota do conteúdo. Por que esta política? Isto não é bom. Se há política, então a pregação irá parar. Esta é a dificuldade. Assim que há política, tudo é estragado. Na Gaudiya Matha continua havendo política. Meu Guru Maharaja partiu em 1936, e agora estamos em 1967, assim depois de 40 anos o processo judicial continua. Não cheguem neste ponto." (carta a Gurukripa, 30/09/75)
Nota: Alguém notou alguma diferença entre estes “líderes” entre setembro de 1975 e novembro de 1977? Portanto nós podemos facilmente entender porque “tudo está estragado”.
"No que diz respeito as suas relações com Bhagavan dasa, quando o assunto se refere a dois membros do GBC, o assunto deve ser considerado por todo o GBC. O que eu posso fazer? Eu nomeei o GBC não para que vocês briguem entrem si mesmos, mas para administrar. Se há briga, então como vocês irão administrar? Assim se houver briga, toda comissão do GBC deve decidir o caso." (carta a Hamsaduta, 29/09/75)
Nota: Aqui Srila Prabhupada indica a futilidade da situação. Ele estabeleceu isto como seu humor fundamental sobre o GBC desde o incidente em Los Angeles em 1970 quando seus “queridos discípulos” o mantiveram trancado em um quarto no templo. Os detalhes exatos ainda não são conhecidos por nós, mas há claros indícios de que alguns discípulos, especialmente Brahmananda, queriam controlar o movimento melhor do que – assim pensavam eles – Srila Prabhupada seria capaz.
"Com respeito à nova casa em Nova Iorque, sim, deixe-me saber quando eu devo ir lá para ver. Eu tenho mais casas no mundo do que qualquer outra pessoa, mas eu não sou permitido a ficar. A pessoa mais rica no mundo não tem tais facilidades. Eles têm uma ou duas casas, cada uma é digna de um príncipe, mas eles não têm tantas quanto eu tenho. E como a esposa de Bali Mardana estava dando tal blefe?" (carta a Rupanuga, 29/09/75)
Nota: Prabhupada queria ficar em um lugar e se concentrar em traduzir livros, mas ele não podia. Por que? Porque ele tinha que viajar constantemente para encorajar os devotos; seus assim chamados líderes avançados não estavam fazendo isso." Eu vim para liberar os meus discípulos, enquanto que eles (GBC) vieram para mantê-los no cativeiro" (carta a Giriraja)1 Apenas um líder, Visnujana Swami, foi civilizado o suficiente para lidar com os devotos em geral quando Srila Prabhupada desejou que um grupo mundial de sankirtana fosse formado. Prabhupada não queria viajar tanto. Chanakya Pandit disse:" Cavalos envelhecem ao ficarem amarrados; roupas envelhecem ao serem deixadas no sol; mulheres envelhecem ficando solteiras; e homens envelhecem viajando.
"No que se refere as suas perguntas, você diz que entre os discípulos mais velhos ainda há sintomas de cobiça, ira, luta, bate-boca, etc., mas você é um deles. Você é um dos estudantes antigos, assim você está nesse grupo. A briga está entre esse grupo, mas não entre os verdadeiros trabalhadores." (carta a Krishna dasa, 09/09/72)
Nota: Aqui Prabhupada está diretamente dizendo que os “verdadeiros trabalhadores”, os verdadeiros discípulos, são aqueles que humildemente servem sem bater boca e brigar. Os verdadeiros trabalhadores são aqueles devotos que saem e distribuem livros dia após dia, ou limpam o templo, ou adoram a Deidade. Os verdadeiros trabalhadores não são os grandes líderes, sempre agindo sob o ímpeto de sua ambição pessoal.
"Eu recebi o relatório que você passou no telefonema a Harikesa. Isto é muito engraçado, pensar que em nossa Sociedade vocês querem gastar nesse bote, e que esse Tulasi dasa quer tomar sannyasa porque ele está sentindo agitação sexual. Primeiro de tudo, não há sanção da BBT para comprar o bote. Nós não estamos interessados.
Tulasi dasa está afetado por sexo e quer tomar sannyasa? Isto é um disparate. Sannyasa é tão barata? Ele será uma vítima. Ele não é qualificado para sannyasa. Sua mente não está fixa. Cada um quer satisfazer seus próprios caprichos. Isto está acontecendo. (...)
Outra coisa, por que vocês sempre estão telefonando? Vocês são tão importantes que vocês têm que telefonar para o mundo todo? Nós somos filhos de pobre, o que eu posso fazer? Porém, por que vocês estão sempre telefonando?" (carta a Ramesvara, 07/11/75)
Nota: Há uma estória de Ramesvara a este respeito. Um dia Ramesvara estava no telefone com Tamal quando um devoto veio e o informou sobre a morte de um dos “discípulos” dele, Sridhama dasa. Ele já estava no necrotério há vários dias sem ser identificado. Ramesvara baixou o telefone apenas por um momento, o suficiente para “meditar na alma de meu discípulo que partiu e dirigi-lo ao seu destino”. Muitos devotos estavam presentes no quarto então. Aqui nós vemos como é a tragédia. As pessoas vem para a ISKCON sendo trazidas pela mensagem dos livros de Srila Prabhupada. Então elas são vitimadas ao se tornarem enredadas com “gurus” que fazem com que elas pensem que eles são os representantes puros daquela mensagem. Porém, estes desfrutadores dos sentidos nem sequer sabem quando um de seus discípulos morrem. Eles precisam ser informados. Esta pessoa, Sridhama, deve ter executado uma quantidade significativa de serviço desapegado para Ramesvara em Los Angeles, e assim este deu-lhe um minuto interrompendo uma ligação à longa distância.
"Uma coisa é que eu ouvi que Jayapataka está pedindo a Giriraja que Bombaim mensalmente envie subsídios para manutenção em Mayapur. Porém, eu instruí no começo que Calcutá deve manter Mayapur. Também, você não está enviando regularmente suas coletas para Bombaim, então como eles podem manter vocês? Se Bombaim está os mantendo, o que os demais estão fazendo? Comendo e dormindo? Qualquer um que não possa coletar dinheiro deve ir para Mayapur, viver lá e apenas comer e dormir, como mulheres e viúvas. Eu arranjarei para que eles comam e durmam. Mas nas cidades devem viver aqueles que podem coletar dinheiro. As viúvas não estão ganhando dinheiro na sociedade hindu; elas comem e dormem às custas dos outros. Assim se vocês não são capazes de ganhar dinheiro em Calcutá, melhor que todos vão para Mayapur e comam e durmam, e eu irei acomodar todas as viúvas, mulheres e outros em Mayapur e Vrindavan. Caso contrário, por que nós deveríamos manter um estabelecimento tão grande em Calcutá simplesmente para comer, dormir e gastar dinheiro? Estes dois lugares serão reservados para aqueles que não podem coletar. Eu estou fazendo provisões para eles. Apenas os membros ativos que podem coletar devem viver na cidade. Os membros que apenas comem e dormem devem viver em Mayapur. Isso é tudo.(...)
Uma coisa é que no convite você escreveu ‘Todas a glórias ao nosso Guru Maharaja’. Isto é impersonalismo. Assim que nós oferecemos reverências ao Guru, o nome deve estar lá. Nós somos estritamente personalistas. Os sahajiyas escrevem ‘glórias ao Guru’. Por que você está aprendendo impersonalismo? Quem ensinou você? Diariamente eu estou oferecendo reverências ao meu Guru vibrando seu verdadeiro nome, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati, senão isso é impessoal.(...)
Se você pode lidar com tantos problemas? Eu estou recebendo tantas cartas de Calcutá diariamente. As autoridades do templo são nomeadas para minimizar o meu tempo, não aumentá-lo com tantas cartas. Melhor parar de expandir, ou se vocês não podem arrecadar fundos lá, fechar o centro em Calcutá. Não é que as autoridades devem ser peritas em apenas um campo; elas devem ser peritas em tudo." (carta a Bhavananda,14/07/72)
Nota: Há apenas umas poucas cartas para Bhavananda. Vocês podem consultar Krta Kanna dasa, que está se escondendo em São Francisco sob ameaça de Bhavananda, para mais informação. Os defeitos de Bhavananda não se limitaram ao impersonalismo.
"Eu tenho muito respeito pelo povo japonês. Eu encontrei com rapazes e moças japonesas no nosso templo lá e eles são tão bem-comportados que eu fiquei muito surpreso ao ver que eles são mais respeitosos do que meus discípulos diretos." (carta a Taittiriya, 15/09/74)
Nota: Muitos dos discípulos diretos de Srila Prabhupada, particularmente aqueles com grandes egos e grandes posições, não tinham bom comportamento e boas maneiras. Há muitos exemplos: nós damos uns poucos casos específicos, todos verificáveis se necessário. Em Vrindavana, quando Harikesa era o secretário de Prabhupada, sabe-se que várias vezes ele disse a Prabhupada coisas como - “Você fez a bagunça, agora arrume você mesmo”, ou “Isto não é sujeira, Prabhupada, é poeira de Vrindavana”. Srila Prabhupada uma vez enviou uma carta para Guru Krpa Swami via Harikesa. A carta era bem provocativa a Guru Krpa Swami, especialmente o P.S. seguindo a assinatura. Tanto que Guru Krpa Swami imediatamente voou do Japão para a Índia. Ele foi até seu Guru Maharaja e perguntou se a mensagem na carta era totalmente dele ou não. Não era. Harikesa Swami foi imediatamente removido de suas funções como secretário pessoal e foi exilado no leste europeu. Ele foi também mandado à pé de Vrindavana à Nova Delhi (120km). Outro incidente: logo depois do infame encontro do GBC no qual Srila Prabhupada exilou Tamal para ir à China. Tamal ficou zangado e apontou seu dedo indicador a Prabhupada: “ Eu não vou para China. Por que eu iria para China? Eu tenho meu próprio grupo na América. Você não pode me dizer isto. Eu não vou.” Um sannyasi que também estava na sala protestou: “Você não pode falar com Srila Prabhupada desse jeito.” Tamal respondeu afiadamente: “Não me diga o que eu posso ou não posso fazer.” Srila Prabhupada uma vez disse sobre outro “acarya”: “Hamsaduta está orando todas as noites para que eu morra e ele se torne acarya.” A quantidade de tais citações poderia encher um livro. Nós estamos apenas mostrando a ponta do iceberg neste livro. Quase sem exceção, a única característica proeminente que todos os atuais “acaryas” da ISKCON têm em comum é o desrespeito por Srila Prabhupada. De fato, nós vemos nesta carta que cidadãos japoneses comuns têm melhores maneiras do que alguns dos “diretos representantes” de Srila Prabhupada.
"Nesse contrato você deve cuidadosamente assegurar que o meu nome está registrado como o fundador acarya e que eu sou a autoridade suprema. Em outras palavras, caso haja necessidade de vetar ou cancelar qualquer decisão feita pelos curadores, eu devo ser capaz de fazê-lo. Minha decisão deve sobrepor-se àquela de todos os curadores juntos." (carta a Kurusrestha, 28/12/74)
Nota: Esta carta dá a entender que Prabhupada tinha muita fé na pureza conjunta de todo o GBC? O seguinte incidente claramente mostra o quão corrupto era e é o GBC, e quão tolos eram e são aqueles que não eram corruptos. Porém, hoje o GBC ainda está dizendo que sua opinião conjunta é tão boa quanto a de Prabhupada. De fato, eles chegam ao ponto de dizer que até mesmo Prabhupada era obrigado a seguir o GBC.
Suas fórmulas materiais legais não irão nos ajudar. Apenas nossa vida espiritual pode nos ajudar. Eu não aprovo nenhum destes planos. Parem. Hamsaduta deve voltar para a Alemanha imediatamente. Não viajem de novo. Parem. Atreya Rsi não tem minha autorização para administrar coisa alguma. Removam-no. Confirmem o recebimento desta urgentemente. Renny Street, Paddington, Sydney. Bhaktivedanta Swami.” (Telegrama para Hamsaduta, Rupanuga e Karandhar, 06/04/72)
Sriman Atreya Rsi dasa pode ser muito perito, mas sem a minha palavra lhe foi concedido muito poder e isto perturbou minha mente. Eu entendo que ações imediatas serão tomadas mesmo antes da minha permissão, e isso também ‘sem divulgar aos devotos’ (!)
Eu não sei exatamente o motivo para o assim chamado encontro do GBC, por isso eu mandei o telegrama que vocês encontrarão em anexo, ao qual eu já recebi as respostas. Sob estas circunstâncias, eu autorizo vocês a desconsiderar pelo tempo vindouro qualquer decisão dos membros do GBC até que eu dê mais instruções. Administrem em paz e independentemente, e tentem melhorar a atmosfera espiritual dos centros mais cuidadosamente. Eu ficarei contente em saber os nomes dos seus assistentes tais como secretários, tesoureiros e contadores. Finalmente, eu gostaria de repetir que todas as ordens do GBC estão sendo suspensas por mim aqui até que eu dê mais notícias.” (carta a todos os presidentes dos templos, 08/04/72)
"...essa é minha esperança. Porém, recentemente eu tenho me sentido muito perturbado pelo encontro que todos vocês tiveram em Nova Iorque, no qual vocês aprovaram várias resoluções e elegeram Atreya Rsi como o secretário do GBC, e fizeram várias outras mudanças. Eu estou bastante perplexo com toda esta atividade. Por isso eu não a aprovei, e neste ponto você já deve ter recebido minha carta explicando porque eu suspendi o GBC temporariamente. Não vamos levantar este assunto antigo, mas eu quero saber qual é a sua opinião sobre o caso, e como foi que Hamsaduta e Atreya Rsi conseguiram persuadir todos os líderes sêniors da Sociedade a seguir suas tolas atividades? Por favor me informe.
De agora em diante os templos irão operar independentemente e tentar melhorar sua vida espiritual mais cuidadosamente, então não há necessidade de tal arranjo de centralização financeira como você propôs.(...)
Quanto à sua afirmação que ‘nosso sucesso final será quando o senhor sentar-se em paz para traduzir livros e nos deixar administrar com sucesso’, sim, este é o meu desejo, mas se vocês podem ou não fazê-lo é algo que está mais uma vez me perturbando muito. Agora eu já dei tudo a vocês, porém eu não vejo sequer os princípios básicos do avanço na vida espiritual sendo sempre seguidos, e às vezes há a tendência de negligenciar o nosso verdadeiro propósito da vida, ou seja, ficar louco por Krishna, e ao invés disto nós somos carregados por grandes, grandes discussões. Assim, eu ainda estou pensando sobre como as coisas irão continuar." (carta a Satsvarupa, 10/04/72)
"E eu estou surpreso que nenhum dos membros do GBC detectou os defeitos no procedimento. Foi detectado somente quando veio para mim. O que acontecerá quando eu não estiver mais aqui? Tudo será estragado pelo GBC? Assim, por enquanto que as atividades do GBC sejam suspensas até que eu revise completamente todo o procedimento. Enquanto isso, faça o seu dever como presidente do templo de Hamburgo e tente melhorar espiritualmente. Nosso modo de vida espiritual deve estritamente observar os seguintes pontos especialmente: 1) Todos devem se manter limpos e arrumados fisicamente. (Eu ainda vejo que aqueles que foram iniciados como brâmanes nem sequer lavam as mãos após comer; claro, pode haver muitos defeitos devido ao seu nascimento em famílias não-brâmanes, mas até quando isso continuará? Isto é algo muito fácil.) 2) Cantar 16 voltas diariamente. (Eu não acho que todos estão seguindo estes princípios.) 3) Adoração no templo, a qual deve ser executada estritamente entre quatro e dez da manhã.
Eu vejo que devotos ainda estão dormindo até as seis, sete horas. Assim eu não vejo nada na agenda do GBC para reformar os nossos maus hábitos. Portanto como presidente do centro de Hamburgo, por favor tente você mesmo observar todos os princípios regulativos e ver se todos os membros estão seguindo." (carta a Hamsaduta, 11/04/72)
"Eu penso que a melhor coisa é que os membros do GBC sempre viajem em um grupo de sankirtana em suas zonas e vão de uma vila à outra, visitem os templos para ver como os estudantes estão aprendendo e façam o meu trabalho. Desta forma eles evitarão a propensão de sentar e fazer tramas e conspirações para comer e dormir. Assim você pode aconselhá-los a viajar extensivamente em sankirtana por todas as suas zonas." (carta a Karandhar, 04/05/72)
Nota: Nós gostaríamos de resumir muito concisamente os pontos mais importantes feitos nestas reveladoras cartas e telegrama: 1) Fórmulas legais não substituem o verdadeiro comportamento e esforço consciente de Krishna. Não é possível fazer alguém consciente de Krishna com fórmulas legais. Obviamente, o GBC estava pensando que isto era possível; 2) Prabhupada expôs a tendência do GBC de não divulgar seus insidiosos planos aos devotos em geral. Nós não clamamos ter exposto neste documento todas as suas perfídias. Vendo quantas nós expomos, apenas imaginem quantas mais devem haver na verdade! 3) O GBC tem a tendência de legislar, planejar e manipular dinheiro antes da sanção de Prabhupada, mas a constituição do GBC incorporou a necessidade da aprovação de Prabhupada em todas as decisões de tal importância; 4) Às vezes levanta-se o argumento de que Srila Prabhupada supostamente disse que o GBC, como uma unidade conjunta de mais de 20 pessoas, não pode tomar uma decisão errada devido à influência do grupo. Porém Srila Prabhupada pergunta como duas pessoas, uma das quais nem sequer era membro do GBC, puderam empurrar suas idéias aos outros membros. Simplesmente não é um fato que apenas números podem prevenir desvios e traição em grupo. Uma forte tentação pode poluir todos os demais membros; 5) Srila Prabhupada disse que o GBC tem a tendência de negligenciar os princípios fundamentais da consciência de Krishna e deixar-se levar pelo assim chamado quadro geral, muito embora os princípios fundamentais não sejam seguidos nem sequer pelos líderes; 6) Srila Prabhupada diretamente duvida que haja qualquer possibilidade de que a administração irá continuar após a partida dele. Nós podemos ver que esta dúvida não era apenas bastante justificada, mas era diretamente uma advertência para todos nós. 7) Srila Prabhupada especificamente afirma que todo o movimento pode ser vitimado e estragado pelo GBC. Foi isso o que aconteceu; 8) Srila Prabhupada especificamente afirma que os membros do GBC, que chamam a si mesmos de “representantes diretos” de Srila Prabhupada, têm a propensão a simplesmente fazer tramas e conspirações. Nesta seção nós estamos expondo muitas dessas tramas e conspirações. Nós pedimos que vocês também exponham estes fatos a todos aqueles que são sinceros o suficiente para ouvir e se beneficiar da verdade.
"Se Madhavananda recebeu o voto para ser presidente, por que você se opôs? Você deve ser imparcial. Minha recomendação é que ele deve ser o presidente. Ele foi escolhido por voto, e eu estou votando para ele. Ele está fazendo as coisas muito bem lá, assim ele deve ser o presidente. Prabha Visnu deve ir em sankirtana, e Madhavananda deve ser o presidente. Tudo deve continuar. As mulheres estão indo bem, então por que elas estão sendo transferidas do pujari para o sankirtana? Estas coisas devem ser feitas pelo presidente do templo. Estes assuntos são internos, e você não deve interferir. Eu não aprovo que você transfira as mulheres. É Madhavananda que decide quem deve ser o pujari.
Por que você fechou o centro em Edimburgo sem perguntar a mim? Paramahamsa relatou que você fechou o templo lá. Edimburgo estava indo bem. Vocês não podem fechar um templo sem perguntar a mim. Isto é pedir demais? A nossa propaganda é abrir templos, e você está fechando-os. Eu não aprovo isto. Se possível, o templo em Edimburgo deve ser reaberto.
Se você fecha o templo, onde está a administração? Sri Caitanya Mahaprabhu impulsionou o movimento de sankirtana, mas Ele nunca disse para fecharem o templo de Jagannatha ou Govindaji. Em Edinburgo nós tínhamos uma boa casa. Por que você a fechou? Por que você caprichosamente fez isso? Se possível, o templo deve ser reaberto. Não faça nada caprichosamente sem me consultar.
Eu criei o GBC para me aliviar, porém se vocês agem dessa forma, onde está o alívio? Isto é causa de ansiedade para mim. Esta é a dificuldade. Assim que alguém ganha poder, ele se torna caprichoso e estraga tudo. O que eu posso fazer?" (carta a Hamsaduta, 12/09/74)
Nota: Um ponto muito importante nesta carta é que o GBC não deve interferir nas atividades internas de um templo. Isso quer dizer que eles não são internos, mas sim pessoas de fora simplesmente observando as atividades do templo. Se eles detectam algum desvio, eles podem recomendar substituição. Isso é tudo. Não que eles têm algo a ver com as atividades de pregação de um templo. O presidente é o líder de um templo, e o GBC não tem nada a ver com os seus planos ou desejos de pregação, a não ser que eles vão contra as instruções de Prabhupada. Contudo, a maioria dos membros do GBC não sabem destas instruções, e assim basicamente cada templo segue por si mesmo. Se um presidente de templo não quer nenhum destes carimbados “chefões” empoleirados em grandes tronos no templo, então ele tem o direito de cortar tal imposição. Isto está acontecendo agora no primeiro templo liberado da ISKCON, Berkeley. Esperamos que muitos mais seguirão esse brilhante exemplo.
Como foi afirmado no capítulo anterior, a causa das perturbações na ISKCON é a ignorância. Isto está claro. Porém, existe também uma outra causa mencionada nas seguintes cartas: ambição pessoal. Se os líderes atuais são sinceros, então eles podem facilmente remover estas perturbações trazendo conhecimento através de discussão e debate. Porém, se as perturbações na ISKCON são uma demonstração intencional de ambição pessoal, então isso tem que ser removido por outros meios. Só é possível acordar uma pessoa que está dormindo, não uma que finge estar dormindo.
Srila Prabhupada aqui confirma a famosa citação de que o poder corrompe, e assim naturalmente poder absoluto corrompe absolutamente quando os “conspiradores” não estão situados em conhecimento absoluto.
"Nossa vida é muito curta. O movimento para a consciência de Krishna não foi feito para satisfazer a ambição pessoal de alguém. Este é um movimento sério feito para o mundo todo." (carta a Satsvarupa, 31/07/70)
"Nos meus livros eu tentei explicar claramente esta filosofia da unidade e diferença simultânea, ‘acintya-bheda-abheda-tattva’, propagada pelo Senhor Caitanya Mahaprabhu. Porém, às vezes acontece que esta filosofia se dá a interpretações com interesses pessoais. Assim que há motivação pessoal, não é possível entender a nossa filosofia da consciência de Krishna." (carta a Isana, 21/09/70)
"Como foi alegado por você, eu recebi reclamações contra Bali Mardana e sua esposa, tão sérias que a moça declarou em meu nome que Bali Mardana é a encarnação de Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura. Na Índia alguns dos membros importantes coletaram grande quantidade de dinheiro no nome da Sociedade e gastaram-no luxuosamente. Eu queria que vocês todos que são meus discípulos experientes administrassem toda a Instituição muito habilmente sem nenhuma ambição pessoal como os materialistas ordinários. A Instituição Gaudiya Matha foi destruída, ou pelo menos parou seu programa de pregação devido à ambição pessoal.
O que está feito está feito. Eu peço a todos vocês que não sejam pessoalmente ambiciosos. Eu farei tudo em poder para satisfazer sua ambição pessoal, mas isso será feito no devido curso do tempo quando vocês estiverem completamente treinados, seguindo os princípios regulativos e cantando 16 voltas." (carta a Karandhara, 08/10/74)
"Nós trabalhamos muito duro e estabelecemos uma grande instituição, mas se nós pensarmos para o nosso benefício pessoal, então tudo será arruinado. Esta é a minha única preocupação." (carta a Cyavana, 01/11/74)
No que diz respeito a Brahmananda, ele é de fato uma alma rendida, porém maya é tão forte que devido à associação ele até mesmo caiu. Estas duas coisas sempre estão lado-a-lado: maya e Krishna. Krishna é serviço, maya é gratificação dos sentidos. Assim a cada momento nós estamos sujeitos a sermos subjugados por qualquer um dos dois. Nosso dever, portanto, é sermos muito, muito cuidadosos. O veneno é a ambição pessoal. Todos têm a chance, mas nós não devemos ser complacentes. Podem haver dúvidas, mas devemos estar firmes para que não haja nenhuma dúvida sobre o mestre espiritual ou Krishna.” (carta a Satyabhama, 01/11/70)
Nota: Estas cartas indicam o fio da navalha. Infelizmente, todos os líderes caíram assim. Eles agora estão completamente enredados, sendo carregados pela ambição pessoal. As facilidades que eles usaram para explorar várias situações os degradaram além da esperança. Essa é a pena por cair sob o encanto de maya na forma da ilusão da ambição pessoal. Nós não devemos permanecer sentimentais. Srila Prabhupada fez mais do que apenas nos advertir; ele afirmou claramente que estas coisas estavam acontecendo. E elas não foram retificadas. Ao contrário, tornarem-se muito pior. Nós devemos parar de sermos avestruzes. Srila Prabhupada agora descreve todos estes “discípulos” com ambição pessoal:
"Eu estou escutando muitas coisas sobre a administração. Meu pedido é que até que seja capaz de retornar aos EUA vocês todos por favor trabalhem pacificamente. No nosso próximo encontro anual em Mayapur todas as reclamações e contra reclamações serão ouvidas na presença de todo o GBC e eu também estarei presente. Enquanto isso, trabalhem pacificamente sem perturbar toda a situação.
Em bengali há um provérbio que mesmo matéria morta como alguns utensílios de metal fazem muito barulho quando estão juntos, então o que dizer de ‘utensílios’ vivos. Assim, isto é natural, mas já que nós estamos todos devotados a trabalhar para Krishna, nós devemos seguir o princípio do Senhor Caitanya Mahaprabhu – trnad api sunicena taror api sahisnuna. Isto é vaishnavismo. Assim, meu pedido é que vocês não fiquem agitados. Vamos fazer o nosso dever honestamente. Krishna irá dar-nos inteligência para fazer tudo direitinho.
Europeus e americanos são muito agitados, mas já que nós tomamos um voto para servir a Krishna, nós devemos mudar este hábito para servimos Krishna pacificamente." (carta a Ramesvara, 15/09/74)
Nota: "Utensílios vivos barulhentos" não se qualificam para serem gurus. Ramesvara ainda está tão agitado que ele agora tem todos os tipos de desordens nervosas, incluindo úlceras. Seu apelido tornou-se “Rage-esvara”. É também bem conhecido o fato de que Rage-esvara gosta muito de ir ao cinema, especialmente para ver filmes de ficção científica. Ele foi visto recentemente na fila para o filme “Dunas”, e dizem que ele assistiu “Guerra nas estrelas” cinco vezes. Claro, muitos devotos foram mandados embora dos templos de seu pai à força, e agora vão ao cinema por falta de uma sociedade organizada onde eles possam se refugiar. Contudo, uma pessoa que deseja assumir a responsabilidade de guru não deveria estar interessada em tais coisas mundanas. Prabhupada era leniente com os devotos da congregação, especialmente chefes de família, mas ele insistiu que os líderes devem ser exemplares.
"A futura esperança de uma posição firme em nossa missão está na administração apropriada de nosso corpo governamental. Nós estamos aumentando em volume. A área de nossas atividades está expandindo. Nestas circunstâncias, se nossa administração é boa e mantém nosso prestígio e bom nome, isso será o nosso sucesso. Tal status quo pode ser mantido apenas se estivermos livres de qualquer tipo de atitude de gratificação dos sentidos, pois serviço devocional quer dizer ‘anyabhilasita sunyam’, ou sem qualquer outro desejo além de satisfazer a Krishna." (carta a Bhagavan dasa, 16/02/71)
Nota: O dever do GBC é supostamente assegurar que os mais puros padrões são seguidos por todos, especialmente eles mesmos. Isso é tudo. Os chefes de família naturalmente estarão em todos os diferentes níveis de austeridade, como afirmado na seguinte carta, mas os líderes devem seguir puramente. Se os próprios líderes são sannyasis agitados e sem verdadeira liberação de desejos pela vida familiar, então como eles podem liderar uma comunidade de chefes de família? Alguns destes líderes sannyasis, especialmente os homossexuais, não têm a menor idéia do que é uma comunidade consciente de Krishna saudável. Por isso, eles não podem possivelmente ajudar os chefes de família. Ao contrário, eles são muito peritos em criar perturbações entre eles. Em circunstâncias normais, sannyasa é uma graduação após a vida familiar, não algo a aceitar se alguém é irresponsável demais para ser um chefe de família. Isto tudo será claramente explicado no capítulo nove.
"Quanto a Dayananda, eu não tenho objeção se os grhasthas vivem fora e ganham dinheiro, mas eu não quero que eles vão embora. O procedimento estrito do templo é apenas para aqueles que vivem no templo. Grhasthas devem viver fora, e eles não podem seguir tudo estritamente, mas por que eles deveriam abandonar todas as suas atividades devocionais? Muitos devotos avançados estão indo embora. Por que isso? Advaita, Uddhava, Krishnadasa, e agora nosso Dayananda e Nandarani. Eu mandei uma carta para cada um, então se você os encontrar, entregue minhas cartas a eles. Não é nada bom se os nossos grandes devotos caem tão facilmente e vão embora. Tente salvá-los." (carta a Karandhar, 14/07/72)
Nota: Isto é chamado expandir círculos mais e mais como Prabhupada queria. Não é necessário que cada um interessado na consciência de Krishna tenha que “seguir tudo estritamente”. Os atuais líderes da ISKCON são muito lenientes com suas próprias tendências, mas se devotos “comuns e insignificantes” quebram um ou dois princípios regulativos ocasionalmente, então eles são rápidos ao castigar tais devotos, mesmo ao ponto de destruir suas famílias. Tais líderes que têm esta tendência de destruir famílias, e assim criar varna-sankara, devem ser completamente rejeitados. Em algumas circunstâncias, quando a destruição é deliberada, execução é justificada no sastra. (BG, 1.36)
"Eu também recebi as fotos da casa proposta. Eu acho que você é um devoto muito sincero. Estou lembrando que durante a minha recente visita à Austrália você estava cuidando para que ninguém avançasse contra mim e ao mesmo tempo estava liderando o kirtana. Quando você começou a cantar, todos ficaram cativados, e você pôde prosseguir sem parar. Eu fico feliz que mesmo após minha partida tudo irá continuar. Eu estou feliz por ter tantos devotos sinceros que irão levar adiante. Esta é a minha felicidade. " (carta a Madhudvisa, 18/09/74)
Nota: De acordo com esta carta, Madhudvisa deve ser nomeado guru. Afinal, Prabhupada está dizendo aqui que após sua partida Madhudvisa irá levar a missão adiante. O ponto é que devotos podem receber cartas muito encorajadoras de Srila Prabhupada, mas isso não assegura que eles irão continuar a trilhar o “caminho estreito e direto”. Nós não questionamos a fé de Madhudvisa. Ele é um devoto. Mas é possível que um devoto perca sua firme sinceridade apesar do melhor encorajamento, e o pior destes incidentes é com aqueles que exibem-se e impõem-se aos devotos inocentes.
"A situação em Miami é um grande descrédito para nós, pois nós demos uma impressão tão má aos vizinhos que eles conseguiram que nos chutassem de lá. Isto é por culpa da repugnante administração. Rupanuga era o GBC, e agora você é. Porque isso não pode ser limpo? Abhirama provou que sua administração é pobre, assim ele deve ser substituído. (...) Uma coisa é que se a administração continuar sendo tão repugnante, então aquele lugar também será arruinado. A administração deve ser bem feita, senão é inútil." (carta a Satsvarupa, 04/06/75)
"Agora pela graça de Krishna nós obtemos propriedades o suficiente pelo mundo todo, assim não pode haver nenhuma diplomacia ou conspiração feita por nenhuma pessoa sã. Todas estas propriedades e opulências, o que quer que tenhamos, isso não irá junto comigo quando eu partir deste mundo. Isso irá permanecer aqui. Eu estou treinando alguns de meus discípulos experientes para administrarem após minha partida. Assim em vez de aceitar treinamento se mesmo enquanto eu estou vivo vocês dizem ‘eu sou o Senhor de tudo o que vejo’, isso é uma conspiração muito perigosa." (carta a Karandhar, 08/10/74)
Conclusão: Nestas cartas está claro que Prabhupada não estava satisfeito com o GBC. Ele apenas queria se aposentar para traduzir e não ter que lidar com eles. Mas estão “Tamal voaria seis mil quilômetros para reclamar sobre Jayatirtha”. O quê ele podia fazer? Ele nos deu muitos livros, palestras e cartas, e ele sabia que se apenas uma alma sincera de fato os lesse, então tudo continuaria. Assim ele decidiu partir.
Pessoas sãs não se ocupam em diplomacia e conspiração. A atração das opulências e propriedades é ilusória. Ninguém pode manter o controle para sempre. Não é que simplesmente um pequeno grupo de devotos foi treinado por Srila Prabhupada. O treinamento estava aberto a todos e ainda está. Mesmo na presença pessoal de Srila Prabhupada os “chefões” que ele esperava treinar ficaram enredados com ambição pessoal. Já faz um bom tempo que eles têm pensado que são os Senhores de tudo o que veem. Este GBC tornou-se a Gangue dos Blasfemadores e Conspiradores. Esta é uma conspiração muito perigosa. O movimento para a consciência de Krishna, como estabelecido por Srila Prabhupada, é vital para a elevação do mundo todo. Agora tudo tornou-se quase completamente estragado pelo GBC e, particularmente, o grupo de “gurus”. Claro que eles precisam de ajuda, e assim há muitos tolos mantendo o que está prestes a cair. E há também muitos devotos inocentes que, devido à ignorância, permitem que esta conspiração continue a reinar. Nós podemos apenas orar ao Senhor Sri Krishna e todo o verdadeiro guru parampara para que alguns discípulos sinceros de Srila Prabhupada leiam atentamente estas cartas acima e, sem preconceito, reconhecerão a legitimidade de nossos explicações sobre elas. Então o dever se tornará óbvio.


1 Esta carta não aparece no Folio Vedabase 4.11.

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