“Dhanvantari Swami: O Mestre do Sorriso Corporativo Espiritual”
Sátira: Uma viagem transcendental pelas curvas suaves da diplomacia gurucrática
“Prabhupāda é a base. Mas o GBC é o teto. E você mora no porão.”
— Interpretação livre de uma aula de domingo
Na constelação dos gurus pós-1978, poucos brilham com o mesmo brilho fosforescente da obediência institucional como Sua Santidade Dhanvantari Swami. Uma mistura delicada de mansidão, retórica institucionalizada e um português de dar inveja ao Google Tradutor, Swami Dhanvan — como é carinhosamente apelidado — conquistou o coração dos devotos e das atas da GBC com igual destreza.
1. O carisma que suaviza contradições
Com seu olhar sereno e fala pausada, Dhanvantari Swami poderia convencer um ateu de que tudo é por vontade de Kṛṣṇa — inclusive as comissões e as eleições de gurus. Suas palestras são um verdadeiro passeio por campos de flores espirituais, onde cada crítica à liderança vira uma ofensa ao “coração de Prabhupāda”.
“Se você quiser saber o que Prabhupāda pensa, pergunte ao GBC.”
— Dhanvantari Swami, em tom tranquilizador
2. Da medicina ao guruismo: a transmutação alquímica
Antes de se tornar guru, Dhanvantari era médico. Isso talvez explique seu talento em aplicar anestesia espiritual: fala mansa, citação fora de contexto e uma pitada de medo do “aparādha”. Como um bom clínico, trata sintomas com eficiência, mas evita investigar causas institucionais.
“Quando não entendemos as decisões da GBC, é porque estamos com pouca fé.”
— Frase repetida mais vezes que o maha-mantra nos japas de um neófito
3. Discipulado 5.0: como servir sem pensar
Sob sua tutela, muitos discípulos descobriram uma nova forma de bhakti: a “obediência inteligente”, que consiste em parecer questionador enquanto se concorda com tudo. Suas aulas funcionam como uma massagem ayurvédica para a consciência crítica — ela relaxa até dormir.
4. O marketing do sagrado
Dhanvantari Swami já foi capa de livros, agenda de retiros, e até adesivo de geladeira. Seu slogan implícito é: “Siga sua consciência — desde que ela esteja em sintonia com a ata do GBC de 1994.”
“Nosso movimento é como um corpo. E a GBC é a cabeça. Nós somos... o que sobra.”
— Em aula sobre unidade e diversidade
5. Conclusão: um santo dos novos tempos
Não se trata de negar sua doçura, nem sua capacidade de encantar multidões — mas sim de notar que, sob a suavidade, existe uma linha dura de fidelidade institucional. Um guru que nunca balança o barco, mesmo que o barco esteja indo para as Cataratas de Niagara.
Se Prabhupāda era um revolucionário, Dhanvantari Swami é um diplomata. E, às vezes, o movimento precisa mais de revolucionários que de gerentes espirituais sorridentes.
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"To do things hastily and incorrectly is not good. Anything valuable takes a little time to come into existence. Therefore there is no harm in waiting for the best thing. But everything is well that ends well: That should be the principle."
Prabhupada Letters :: 1969.
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"Hacer las cosas de afán y mal no es bueno. Algo valioso toma un poco de tiempo para llegar a existir. Por lo tanto no hay daño en esperar lo mejor. Pero si algo va bien termina bien. Ese debe ser el principio".
Cartas de Prabhupada :: 1969.