Ṛtviks e a GBC: Como a ISKCON Reagiu à Proposta de Kṛṣṇa-kānt
Desde a publicação do livro A Ordem Final, de Kṛṣṇa-kānt Dāsa, uma pergunta paira no ar entre muitos devotos sinceros: por que a GBC rejeitou tão firmemente a proposta ṛtvika?
Neste artigo, vamos entender como a liderança da ISKCON respondeu à tese de que Śrīla Prabhupāda nunca instruiu seus discípulos a se tornarem dikṣā-gurus após sua partida, e por que esse tema continua tão sensível mesmo décadas depois.
O Contexto da Proposta Ṛtvika
A proposta central apresentada por Kṛṣṇa-kānt é que Śrīla Prabhupāda estabeleceu, em sua carta de 9 de julho de 1977, um sistema de iniciações que deveria continuar após sua partida física, com representantes (ṛtviks) conduzindo cerimônias em seu nome — mantendo-o como o único guru iniciador da ISKCON.
Segundo essa visão, todos os novos devotos iniciados após 1977 continuariam sendo discípulos diretos de Prabhupāda, mesmo sem sua presença física.
A Primeira Reação Oficial da GBC
A Governing Body Commission (GBC), órgão administrativo máximo da ISKCON, rejeitou oficialmente essa proposta no final dos anos 90. Em 1999, foi publicado um documento intitulado "The Ritvik Theory is a Dangerous Philosophical Deviation".
Nesse documento, a GBC declarou que:
- A proposta ṛtvika contradiz a tradição do paramparā (sucessão discipular) como apresentada por Śrīla Prabhupāda nos livros.
- Aceitar Prabhupāda como dikṣā-guru pós-1977 seria negar a necessidade viva de gurus físicos na linhagem.
- A ideia ṛtvika poderia levar à impersonalização da relação guru-discípulo, transformando Prabhupāda em uma figura institucional em vez de um guia pessoal.
Medidas Práticas Tomadas
Além da declaração oficial, a ISKCON adotou medidas práticas em relação à disseminação da ideia ṛtvika:
- Proibição formal da promoção de ideias ṛtvika nos templos afiliados.
- Desvinculação ou expulsão de devotos que insistiram em pregar ou praticar esse modelo dentro da instituição.
- Restrições em festivais, centros e mídias da ISKCON quanto à discussão aberta do tema, por ser considerada "filosofia desviada".
Críticas à Posição da GBC
A posição da GBC também gerou críticas de muitos devotos que questionam:
- A ausência de instrução direta de Prabhupāda autorizando discípulos a se tornarem gurus após sua partida.
- A autoridade da GBC para alterar ou reinterpretar instruções deixadas claramente por escrito.
- O histórico de falhas de gurus indicados pela GBC desde 1978, muitos dos quais caíram ou abandonaram a missão, o que lança dúvidas sobre o sistema vigente.
Para esses devotos, a proposta ṛtvika não nega a tradição, mas preserva a pureza da sucessão discipular conforme estabelecida pelo próprio Prabhupāda.
Por Qué Isso Ainda Importa?
O debate não é apenas teórico. Ele afeta diretamente:
- A identidade espiritual dos devotos.
- A autoridade das lideranças dentro da ISKCON.
- A unidade e coesão da comunidade vaisnava no mundo.
Mesmo que a GBC tenha rejeitado a proposta ṛtvika, o número de devotos que estudam, consideram ou adotam esse modelo continua crescendo, especialmente fora dos limites institucionais.
Comentários
Postar um comentário
"To do things hastily and incorrectly is not good. Anything valuable takes a little time to come into existence. Therefore there is no harm in waiting for the best thing. But everything is well that ends well: That should be the principle."
Prabhupada Letters :: 1969.
.............................................................................
"Hacer las cosas de afán y mal no es bueno. Algo valioso toma un poco de tiempo para llegar a existir. Por lo tanto no hay daño en esperar lo mejor. Pero si algo va bien termina bien. Ese debe ser el principio".
Cartas de Prabhupada :: 1969.